sexta-feira, 31 de dezembro de 2010




Nasci grande.
Conquistei a América 2 vezes , Fui campeão do Mundo , Tetra da copa do
Brasil, e tantos outros titulos que ganhei.. enquanto tu, caro irmão,
não eras ninguém! Virei sinônimo de Raça , Força, e Superação! Sempre tive a MAIOR torcida do Sul do País, e de fato a mais apaixonada ! Mas como todo grande clube, passei por momentos ruins. Fui à série B ,e não
me envergonho disto. Faz parte da minha historia. Fiz da queda uma
façanha. Fui ao inferno e voltei como milagre. Ganhei batalhas, fiz o impossível, desbravei o inacreditavel. E me tornei conhecido como IMORTAL. E tu,que se gaba por nunca ter caido, passaste a vida na série A e não foste ninguem, apenas um mero coadjuvante. Não escreveu tua historia, não teve um passado de glórias. Levou 97 anos para deixar de ser apenas um clube regional. Eu,escrevi minha Gloriosa historia.
Junto a minha torcida, que nunca me abandonou ! Diferente da tua, que
só lembra ter um clube quando tu consegue ganhar algo .Diante de tamanha
grandeza, aceite que: eu fui, sou, e sempre serei o MAIOR!

sábado, 18 de dezembro de 2010

A felicidade que se busca no Natal

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Presente algum poderá eliminar o vazio de nosso coração

É praticamente impossível não deixar de perceber que o Natal está chegando. As casas ganham uma ornamentação especial, árvores são iluminadas, jardins decorados e o comércio se movimenta traçando estratégias para melhores faturamentos. As pessoas se mobilizam de tal maneira que nenhuma outra celebração do ano parece igual. Os mais desavisados podem pensar que dezembro é o mês das festas. O comércio se desdobra em turnos de trabalho, promovendo competições, distribuindo prêmios por meio de sorteios, entre muitas outras ações.
Nas empresas, colaboradores brindam a chegada de mais um Natal, com festas, brincadeiras e troca de presentes... Toda essa movimentação parece revigorar nas pessoas a força de encontrar um sentido para suas vidas que, por muitas vezes, não passam de dias rotineiros, repletos de superficialidades, os quais se repetem por anos a fio.
Não é raro nós vermos pessoas reclamando ou tristes exatamente na noite em que a humanidade se rejubila com a graça que Deus dispensou à humanidade. Talvez, essas pessoas esperassem viver – na atitude de presentear e de serem presenteadas – o verdadeiro significado dos votos de felicidade expressos nos cartões ou nas frases, muitas vezes, repetidas quase que automaticamente. Para outras, os votos de felicidades são traduzidos na esperança de gozarem de muita saúde e muito dinheiro para realizar todos os sonhos de consumo.
Infelizmente, devido à necessidade de se alcançar a alegria vendida pelo mundo, muitos de nós mal nós damos conta da grandeza da oferta concedida por Deus a cada um de nós neste tempo. A felicidade que se busca não está contida num pacote ou, simplesmente, nos votos de dias sem preocupações, crises ou sofrimentos. Sabemos que presente algum poderá eliminar o vazio de nosso coração ou tirar a inquietude de nossa alma com as diversas preocupações e decepções. O grande diferencial que supre as lacunas de nossa alma e que revitaliza nossas forças, especialmente quando somos assolados pelas tempestades da vida, tem sido proclamado pela Igreja há mais de 2.000 anos.
Talvez esteja faltando em nossa vida – entre as atividades agendadas para o feriado de Natal – o compromisso de buscarmos viver o encontro com Aquele que é a salvação para ricos e pobres; brancos e negros; livres e cativos; e razão de toda existência. Em nossos dias, grandes transformações continuam acontecendo na vida daquelas pessoas que se dispõem a conhecê-Lo. Pois, ao vivermos uma experiência com Ele não nos encontramos com um personagem histórico que viveu há milhares de anos, mas com Alguém que vive e realiza prodígios na vida de quem O acolhe como Amigo.
Não se conhece alguém que, ao assumir a participação de Jesus Cristo na sua vida, tenha sido decepcionado ou abandonado às margens do caminho; ou que, ao ter clamado por Sua ajuda, tenha sido desprezado.
Neste novo tempo, em vez de permitirmos que o Menino Deus nasça numa manjedoura fria, que possamos testemunhar a alegria de acolher em nosso coração Aquele que pode preencher a nossa alma e nos propor um novo caminho em direção à almejada felicidade.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Você é simples ou gosta de complicar tudo?

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A verdadeira simplicidade nos leva a distinguir o que é certo do que é errado; o que é importante do que é essencial. Pela simplicidade de coração conseguimos enxergar o que há de belo nas coisas e nas pessoas.

“O perfeito louvor é dado pelos lábios dos mais pequeninos, de crianças que a mãe amamenta” (Salmo 8,3).
Deus é simples, por isso precisamos ser simples como Ele é. Quanto mais nos tornarmos descomplicados, tanto mais seremos felizes e livres. Muitos sentem prazer pelas coisas complicadas, ostentosas, inalcançáveis, porque pensam que é isso os torna importantes. No entanto, quanto mais simples formos, tanto mais nos assemelharemos a Deus Pai, tanto mais O amaremos e também seremos mais felizes.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O melhor presente é ser presença


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Não podemos deixar de fazer o amor acontecer
O fim do ano é sempre um tempo de alegria e esperança: alegria por tudo aquilo que conquistamos durante todo este ano de 2010 e esperança para tudo que nos aguarda em 2011. Neste tempo, lembramo-nos de tudo que nos aconteceu e também das pessoas que entraram em nossa vida, nos fizeram felizes, dividiram conosco momentos felizes, algumas, com certeza, se casaram, outras tiveram a alegria de ter um filho (talvez aquele tão esperado há muito tempo), entraram na faculdade, muitas encontraram verdadeiros amigos que as ajudaram a vencer um sofrimento, uma dor, a encontrar a direção perdida pelo caminho e, assim, a vencer diversas dificuldades.

Nas proximidades do Natal e do Ano Novo, surge em nós o desejo de demonstrar nossa gratidão e amor por meio de um gesto concreto, de um presente que seja, ao mesmo tempo, útil para a pessoa que o recebe e que possa ter também um pouco de nós, que expresse nossa relação pessoal, nosso afeto por ela. Como encontrar o melhor presente então?
Hoje, nosso mundo é marcado fortemente pelo consumismo, que progressivamente gera nas pessoas um sentimento profundo de insatisfação com aquilo que se tem, o forte desejo de ter algo diferente, algo novo. Isso influencia até mesmo em nossa vida prática, pois tantos querem uma novidade em suas vidas, sonham com grandes mudanças e, por vezes, sentem-se sozinhos, porque não têm tempo de olhar para os lados e ver as pessoas que eles amam e que convivem com eles. Queremos sempre dividir nossa felicidade com nossos amigos.
Nós construímos uma família, uma amizade com nossa capacidade de entrelaçar nossas vidas, nossos sonhos, etc. É isso que nos faz verdadeiramente mais fortes. Nossa presença fortifica os outros, especialmente os que mais amamos, e a presença deles nos fortifica também. Somos fortes por sermos juntos.
Em um mundo no qual há tanto a se fazer, não podemos deixar de fazer também o amor acontecer, assim como não devemos nos deixar controlar demais pelas obrigações e sonhos simplesmente, mas encontrar espaço para dar o presente de nossa presença.
Na verdade, o melhor presente é ser presença. Não qualquer presença, mas a presença que acrescenta algo melhor à vida dos outros. E como ser presença?
Devemos ser presença na vida daqueles que amamos para que sintam nosso amor. Para uma missão assim grande, talvez necessitemos do ano de 2011 inteiro, por isso comecemos por aqueles que são mais próximos de nós. Nossos familiares, nossos amigos, oferecendo a eles o que temos de melhor para dar, o presente de nossa presença, nosso afeto manifestado em uma boa conversa, lembrando-nos do que Deus tem realizado de bom em nossa vida.
Escolha o presente certo, dê a presença de bom humor, e da alegria que possui muitas expressões visíveis nos detalhes. Conceda a presença que demonstra gratidão.
A quantos precisamos agradecer e ainda não o fizemos? Quantos merecem nossos elogios e por algum motivo ainda não os elogiamos?
Presença que traz paz e harmonia. Como a presença de um pai e uma mãe que, em casa, semeiam a paz, o diálogo, dando aos filhos mais que sonhos, dando-lhes valores. É bonito ver uma família em que os filhos sonham em ser pais, como seus pais o são. Infelizmente, muitos não têm a oportunidade de viver isso.
Volto a dizer que o presente é bem-vindo, é uma demonstração do afeto, mas a presença é o melhor presente, porque é o próprio afeto!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O amor se mede pelos resultados?


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O amor é uma verdade que realiza o homem
Vivemos em um tempo em que a sociedade é extremamente utilitarista, e em virtude disso, somos constantemente tentados a acreditar que bom e digno de ser amado é somente aquele que corresponde, com resultados, àquilo que desejamos.

O amor é uma doação, é um gastar-se gratuitamente pelo bem do outro, e, a partir do momento em que se ama esperando algum resultado ou retorno, o princípio do amor é traído e este se torna inautêntico.

Amar é acreditar em alguém mesmo quando este não corresponde. É enxergar o que há de bom naquele que está imerso no mal. É ir além. Enfim, amar é seguir o exemplo da cruz. Jesus, mesmo ao ser crucificado, amou, perdoou e se entregou por amor aos homens. Porém, a doação da cruz não foi uma troca; Cristo não morreu por nós impondo como condição para isso nosso seguimento à vontade d’Ele; ao contrário, Ele primeiro se doou, e depois, propôs: “Vem, e segue-me”.

É proposta e não imposição. É um convite impresso na liberdade humana, e não uma exigência de retorno e resultados. O verdadeiro amor é entrega que não impõe condições, e, muitas vezes, é sacrifício.

Tal ideal não é fácil de ser vivenciado. Principalmente, em um mundo que nos leva a crer que somente aquilo que nos dá prazer e satisfação precisa ser buscado e desejado. Somente o que satisfaça às nossas vontades e nos traga algum conforto. O que é uma imensa inverdade.

Amar da maneira de Jesus é heroísmo, e acima de tudo, é uma decisão. Porém, não existe outra maneira: para amar de verdade é preciso olhar para a cruz.

Há muitos que dizem que amam alguém por este lhe fazer bem ou por lhe proporcionar algum prazer, mas, se essa interação for sustentada somente por isso, tais pessoas correm o risco de “se amarem” no outro, em vez de amá-lo sinceramente.

Mesmo diante de todas as dificuldades que comporta o amar, não existe outra força maior e com mais capacidade para transformar o ser humano que o amor.

O que atraiu e continua atraindo milhares de pessoas a Jesus é sua livre e total doação, que se resume no mais puro e concreto amor. É este sentimento que dá força e sentido para que o homem enfrente as lutas e dores próprias de sua condição.

O amor é uma verdade constante que potencializa e realiza o homem. Por este, vale a pena lutar, esperar e suportar as consequências dele, pois, “é perdendo que se ganha”, “é dando que se recebe”, “é morrendo que se vive…”, e quem ama sempre vence!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Saber esperar, uma grande virtude


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Do que vale uma perfeição que sufoca o outro?
Constatamos claramente que existe na sociedade de hoje uma suposta "cultura do imediatismo", e se analisarmos cuidadosamente nosso proceder encontraremos nele marcas desse imediatismo vigente.

Queremos tudo pronto, do jeito que idealizamos e na hora em que pensamos. Por isso, o homem contemporâneo se perde cada vez mais em uma profunda superficialidade, pois não consegue experimentar o crescimento e a maturidade que o ato de esperar traz a cada pessoa. Como diz o ditado: "O apressado come cru". É verdade. Basta olhar para os fatos.

Quantas são as pessoas que se encontram infelizes ou se separaram, partiram, enfim, porque se casaram precipitadamente… Quantos jovens se encontravam ansiosos para casar e, até contrariando a muitos, se casaram antes da hora, e depois como fruto de sua impaciência vivem um verdadeiro inferno conjugal. E o que é pior: chegando até a culpar a Deus pelo seu infortúnio.

Na hora de fazer algo não se pensa em Deus nem se pergunta para Ele, depois cruelmente Ele se torna o vilão da história… É como o aborto. "Na hora de fazer ninguém pensa", depois que acontece a gravidez surgem as justificativas: "Não tenho condições de criar essa criança". Ou "Não tenho uma boa situação financeira, por isso não poderei dar uma boa educação [para a criança]". Por que não se pensa nisso na hora de concretizar o ato? Por onde andava a "responsabilidade" nesse momento?

Agir precipitadamente em busca de um prazer imediato muitos querem, mas assumir as consequências de suas ações poucos ou quase ninguém quer… É nossa a responsabilidade pelos nossos atos, ou pelo menos deveria ser.

Saber esperar o tempo certo é sinal de maturidade. Quem é maduro espera, quem não o é inventa motivos ilusórios para fazer sua vontade antes do tempo.

"A paciência tudo alcança", a espera nos faz crescer. Deus lhe dará o que você pede (se for conforme a vontade d'Ele), mas, antes, Ele o prepara para receber. E saiba que é sempre mais do que foi pedido. Basta apenas confiar e esperar n'Ele.

Precisamos aprender a não desistir; a não desistir dos outros e, principalmente, de nós mesmos. Tudo tem seu tempo, é necessário dar tempo ao tempo, cada pessoa tem seu tempo de amadurecer e crescer, não temos o direito de desistir das pessoas impulsionados pelo nosso imediatismo.

Quem é maduro sabe esperar o tempo de cada pessoa, o tempo do amigo, da esposa, do companheiro de trabalho, entre outros. Temos que acreditar nas pessoas, enxergando além de suas fraquezas do hoje, pois o mundo está carente de pessoas que vejam nas outras a virtude que está por vir, o positivo que está escondido por detrás da imperfeição… Já existe muita gente que condena e aponta o erro, precisamos de gente que aja de forma diferente.

Você também não tem o direito de desistir de você, nem de ninguém. Calma. Aos poucos tudo se encaixa. Tenha paciência consigo, pois, “a conversão é um processo e não uma mágica…”

Tenho medo de pessoas que se acreditam práticas e resolvidas demais, pessoas que são rápidas e boas em tudo, pois estas, por inúmeras vezes, matam a muitos que precisam ter a oportunidade de ser gente; "gente que não nasce sabendo e que aprende aos poucos".

Do que vale uma perfeição que sufoca o outro? Jesus nunca nos pediu isso. Ao contrário, Ele nos pede a misericórdia.

"Paciência não se ganha, se conquista, mas, com paciência…". Se você não entendeu alguma coisa, não se preocupe, calma. Aos poucos você vai compreender… Aliás, quem foi que disse que você tem de entender tudo? Quem!?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A grandeza da paciência


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O que não podemos mudar, devemos aceitar
Os santos diziam que há dois tipos de martírio: o da morte pela espada; e o da morte pela paciência. A paciência é uma forma de martírio que vence todo sofrimento. Não há barreira espiritual que não caia pela força da paciência, a qual é fruto da fé, da humildade e do abandono da vida em Deus.

Foi pela paciência que a Igreja venceu todos os seus inimigos até hoje: o Império Romano, as heresias, as perseguições, o comunismo, o ateísmo, os pecados de seus filhos, entre outros.

Quando os nossos pecados e fraquezas nos assustam e nos desanimam é preciso ter paciência também conosco e aceitar a nossa dura realidade. Quando é difícil caminhar depressa, então, é preciso ter paciência e aceitar caminhar devagar. José e Maria salvaram o Menino Jesus das mãos de Herodes indo passo a passo até o Egito por um longo deserto de 500 km.

A paciência do cristão não é vazia nem significa imobilismo ou resignação mórbida; tampouco perda de tempo. Não. É a certeza de que tudo está nas mãos d’Aquele que tudo pode. "Um espírito paciente vale mais que um espírito orgulhoso. Não cedas prontamente ao espírito de irritação; é no coração dos insensatos que reside a irritação" (Ecle 7,8b-9).

O que não pudermos mudar em nós ou nos outros, deveremos aceitar com paciência, até que Deus disponha as coisas de outro modo. Ninguém perde por esperar!

Maria, nossa Mãe, é a mulher da paciência. Sempre soube esperar o desígnio de Deus se cumprir, sem se afobar, sem gritar, sem reclamar... A paciência é amiga do silêncio e da fé. É a paciência que nos levará para o céu!

"Meu filho, se entrares para o serviço de Deus (...) prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência (...) não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência" (Eclo 2,1-3).

"Aceita tudo o que te acontecer; na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação" (idem 4-6).

Muitas vezes, a vontade de Deus permite que as cruzes nos atinjam; curvemos a cabeça com humildade e paciência. Muitos estão prontos para fazer a vontade de Deus no "Tabor da transfiguração", mas poucos no "Calvário da crucificação". Sejamos como Nossa Senhora, que disse o "sim" no momento da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas o manteve na Apresentação d'Ele, na fuga para o Egito, no Pretório, na perseguição ao Senhor, no caminho do Calvário e também aos pés da sua cruz.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O mais importante é o amor


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O homem não morre quando deixa de viver, mas quando deixa de amar
Qualquer que seja a profissão escolhida, esta deve estar a serviço do amor a Deus e ao próximo. E a primeira maneira de amar bem é trabalhar bem, pois assim estaremos servindo bem os outros. O Papa Paulo VI disse que “o amor é a vocação fundamental do ser humano” (Persona humana, 7).
É preciso que cada um de nós encontre o seu lugar na sociedade e na Igreja sem desperdiçar a vida, o tempo e os talentos, pois os outros precisam de nós. Acumula méritos diante de Deus quem “faz o bem sem olhar a quem”. Ninguém pode se sentir inútil ou desnecessário neste mundo, pois Deus tem uma missão para todos, seja solteiro ou casado. “Quem não vive para servir não serve para viver”, diz um ditado. Amar é servir, e é isso que nos faz felizes e santos. Fazer o bem faz bem. Dom Bosco disse que "Deus nos colocou neste mundo para os outros”. Charlie Chapplin disse que "o homem não morre quando deixa de viver, morre quando deixa de amar”.

No amor está a força da vida. Amar é dar-se de maneira espontânea, voluntária e desinteressada. Muito mais do que dar coisas aos outros, é preciso dar-se a si mesmo, sua dedicação, seu tempo, seu coração. 
Só o amor constrói o homem e o mundo. O amor nunca morre ou acaba, mesmo que seja pregado numa Cruz. A razão da frustração do homem pós-moderno é que ele dominou o mundo e as estrelas, mas não aprendeu a amar o irmão que está ao seu lado. Só uma vitória do amor pode dar paz e felicidade ao mundo.
 
Há muitas pessoas que ainda são más, porque ainda não fizeram a experiência do amor; nunca foram suficientemente amadas. "O amor é a asa que Deus deu à alma para que ela possa subir até ele”, disse Michelangelo. A falta de amor desintegra o homem e a humanidade.

Sabemos que a árvore que retiver os seus frutos perece. É preciso ser como a árvore, saber dar os seus frutos a qualquer um que se achegue. Deus se dá aos que doam; ninguém é pobre e infeliz quando ama. Enriquecemo-nos pelo que damos, muito mais do que pelo que temos. O verdadeiro amor começa onde não espera nada em troca. Mas para que você possa se dar é preciso que você se possua. Ninguém dá o que não tem, ninguém dá aquilo que não possui; se você não se possui, não se domina, não têm o controle sobre as suas paixões, então, será difícil se doar aos outros. Esta é uma razão clara porque muitos são egoístas.

Alguém já disse: procurei a mim, mas não me encontrei; procurei Deus, mas não O encontrei, procurei o meu irmão e achei os três. Amar é uma decisão consciente de ir ao encontro dos outros e dar-se a eles. Isto nos faz felizes. Tudo aquilo que você encontra em seu caminho deve ser olhado como uma oportunidade de amar. O verdadeiro amor nos torna livres, porque nos liberta das coisas e de nós próprios.

Amar não é uma opção de momento, mas uma opção de cada momento. Não é um ato sentimental, é uma decisão. Jesus mandou que nos amássemos como Ele nos amou. Mas como Ele nos amou? Numa cruz. Não há nada de romântico e sensual numa cruz; mas há uma decisão.

O único “Império” que sobreviveu durante dois mil anos foi o que Jesus Cristo fundou sobre o amor e, até hoje, milhões morreriam por Ele. Só dura para sempre o que é feito por amor, pois ele se regozija com a felicidade do outro e dela faz a sua própria felicidade.

Duas coisas são necessárias para transformar uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios. Sabemos que não falta pão no mundo para todos se alimentarem; há muito mais do que o necessário, mas falta amor e os homens acabam carentes de pão.
Disse Madre de Calcutá que: “Um coração alegre é o resultado normal de um coração inundado de amor”.

Para amar é preciso estar disponível. Se alguém o procura com frio, é porque sabe que você tem o cobertor. Se alguém o procura com lágrimas, é porque sabe que você tem palavras de conforto. Se alguém o procura com dor, é porque sabe que você tem o remédio. Se alguém o procura com fome, é  porque sabe que você tem alimento. Se alguém o procura com dúvidas, é porque acredita que você tem a orientação que ela precisa. Se alguém o procura com desânimo, é porque acredita que você tem fé. Ninguém chega por acaso a você!     

sábado, 11 de dezembro de 2010

Quem não sabe perder, perde sempre


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Ninguém é obrigado a fazer o que queremos
Nem sempre as coisas são como queremos e idealizamos, e é bom que isso seja assim, pois nem sempre o que queremos é o melhor para nós. Toda existência humana é marcada pela “condição de contradição”, ou seja, pela fraqueza, pecado e, conseqüentemente, pela queda.

Perder faz parte da vida e aceitar a própria condição limitada é sinal de sabedoria. É horrível conviver com alguém que crê ser absoluto e acredita que todos têm o dever de satisfazer suas vontades.

Há muitos pais que estragam seus filhos, porque não lhes ensinam que o “não” também faz crescer, e que a queda pode também ensinar. Há filhos que não aprendem, em casa, que na vida nós também perdemos. Precisamos aprender a lidar com nossos fracassos. Muitos não suportam os fracassos próprios da vida, porque foram educados somente para ganhar.

Para superarmos as quedas impostas pela vida precisamos ter a humildade de saber perder.

As pessoas não são obrigadas a ser e a fazer o que queremos; elas não são obrigadas a corresponder às nossas expectativas.

A maturidade se expressa quando o coração consegue deixar livre um outro coração que não quis pertencer a ele nem corresponder a seus desejos.

O fato de sermos contrariados é uma experiência que nos faz mais fortes, pois, compreendemos que nossa maneira de pensar não é a única nem a melhor, e que não estamos sempre certos. Precisamos saber perder e sair de cena quando erramos, quando não estamos com a razão.

Perfeição cristã não significa ausência de erro, mas capacidade de perdoar e recomeçar sempre. Não temos a obrigação de acertar sempre, mas temos sim o dever de aprender com nossos erros. Quem não sabe perder perde sempre, pois acaba sendo humilhado pelo fato de não aceitar a própria fraqueza; querendo, assim, ser o que não é e fazer o que ainda não é capaz.

Quem não sabe perder busca sempre levar vantagem sobre tudo e todos, tornando-se alguém insuportável e arrogante.

A humildade é escola da virtude, e grandeza é aceitar com ternura aquilo que se é.

A vida não diz sempre "sim", e a alma se torna grande quando é capaz de sorrir também diante do “não”. Aceitar que nem todos nos amam, que não somos bons nem os melhores em tudo, são expressões de um coração que compreendeu verdadeiramente o que significa “viver bem”. A derrota é sempre uma possibilidade de recomeço e crescimento para quem sabe bem aproveitá-la. Que esta não seja para nós motivo de paralisia, mas um trampolim a nos lançar nos braços da vitória.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A importância do tempo


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É necessário priorizar nossas atividades
O melhor presente é o tempo presente, por isso é preciso aproveitá-lo bem. Há uma ciência para utilizar o tempo. Não se trata de fazer as coisas correndo, mas de não desperdiçá-lo com coisas sem sentido.
Para viver bem é preciso saber usar o tempo; é nele que construímos a nossa vida. Cada momento de nossa existência tem consequências nesta vida e na eternidade. Por isso, não podemos ficar “matando o tempo”; pois seria o mesmo que estar matando a nossa sua vida aos poucos.

Na verdade, o presente é a única dádiva que temos, porque o passado já se foi e o futuro a Deus pertence. Viva intensamente o presente e tenha sempre em mente que a pessoa mais importante é essa que está agora na sua frente. O trabalho mais importante é este que você está fazendo agora; o dia mais importante da vida é este que você está vivendo hoje; o tempo mais importante é o agora.

Alguns me perguntam como consigo fazer tantas coisas; a resposta é simples: se não perder tempo, pode-se para fazer tudo que é importante. É claro que precisamos priorizar as atividades.
Viver é como escrever um livro, cujas páginas são nossos atos, palavras, intenções e pensamentos.
As coisas pequenas, mas vividas com amor, assumem um valor elevado; enquanto muitos momentos aparentemente brilhan­tes são comparáveis a bolhas de sabão.

Abrace com toda força as oportunidades que você tiver para crescer nos estudos e numa profissão. A vida não nos dá muitas chances, e se você não as aproveitar bem, poderá chorar mais tarde.

Nunca fique sem fazer nada, ainda que você esteja desempregado ou de férias; pois sabemos que “mente vazia e desocupada é oficina do diabo”. Descansar não quer dizer ficar sem fazer nada, é mudar de atividade. Mesmo no campo ou na praia de férias, você pode fazer algo que o descanse e que seja útil.

Se fizermos as contas, veremos que todas as manhãs são creditados 86.400 segundos para cada um de nós; e todas as noites este saldo é debitado como perda e não nos é permitido acumulá-lo para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia anterior se evaporam.
Não há volta. Você precisa aplicar, vivendo o presente, o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor, em bens definitivos e não fugazes. Faça o melhor cada dia.

Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente.
Para você perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal. Para perceber o valor de uma hora, pergunte aos namorados que estão esperando para se encontrar.
Para você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o ônibus. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.
Para você perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que conquistou a medalha de ouro em uma Olimpíada.

Lembre-se: o tempo não espera por ninguém. O dia de ontem é história, o de amanhã é um mistério, o de hoje é uma dádiva; por isso é chamado Presente!
Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de suas mãos vazias. Segure-o de qualquer maneira para que ele vire eternidade.
Por que esperar amanhã para viver?
O presente está cheio do passado e repleto do futuro. O bom aproveitamento do dia de hoje é a melhor preparação para o dia de amanhã. O tempo é sagrado, porque o evento da salvação se inseriu no seu histórico; mas é preciso ter uma noção correta do uso do tempo. Alguns pensam que “tempo é dinheiro” e não conseguem parar. Não é assim.   

Emmir Nogueira tem uma bela reflexão baseada em Jacques Phillippe, autor de “Liberdade Interior” (Ed. Shalom, 2004), o qual nos ensina que há dois tempos: um exterior (contato pelo relógio) e outro interior (contado pelo amor). Transcrevo aqui uma reflexão desse livro:

"O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar, produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o momento que estressa, envelhece, desgasta e irrita. Período que me fecha em mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de receber e acumular. Tempo de usura."
"O tempo interior é o de ser, de trabalhar com gratuidade, estudar com extasiamento, produzir para o bem de todos, ainda que me 'prejudique'. É o momento de esquecer o relógio diante da necessidade do outro. Tempo das agendas, em cujas páginas sempre cabe mais uma horinha, tempo dos importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus."
"Tempo interior é o tempo que pacifica ao ser doado e rejuvenesce, porque tudo espera; tempo que refaz, porque tudo crê; paciente, porque tudo suporta. É quando me abro para o outro e para as boas surpresas de Deus, tempo de dar e partilhar; de gratuidade. É aquele tempo que se chama "paciência histórica", ciente de que Deus tem o comando de tudo; por isso não se apressa em julgar e se recusa a imprimir sentenças."

"Tempo interior é momento de quem ora, de amor registrado pelos relógios da eternidade, sem ponteiros nem dígitos; tempo que sempre sobra. É o tempo em que Deus vive, quando se partilha com Ele carregado dos seus segredos de amor. Tempo que "guarda tudo em seu coração", submete-se inteiramente à vontade do Senhor. O tempo da eternidade vivido no espaço que se chama hoje."

Usamos tanto a palavra URGENTE, que ela perdeu sua força. O que é urgente de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar: qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O mais iminente é saber agradecer a Deus o nascer do Sol que se repete a cada dia, é o relacionamento com os filhos, o abraço na esposa, é saber gastar o tempo com os outros. Urgente é não se esquecer de viver a vida.
As pessoas não se tornam grandes por fazerem grandes coisas. Fazem grandes coisas por serem grandes pessoas. Para ser grande é preciso, pacientemente, construir-se a cada dia.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Estação da vida


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Ninguém passa em vão ao seu lado
Percorrendo as ruas e avenidas apinhadas nos pontos de transporte coletivo, ou observando as muitas pessoas partindo e chegando a nossos portos, vi muitos olhares e gestos que refletem alegrias e esperanças, tristezas e angústias que, sendo dos homens e mulheres de nosso tempo, são também dos discípulos de Cristo, pertencem também ao horizonte da Igreja, pois não há qualquer realidade verdadeiramente humana que não encontre eco em seu coração (cf. Constituição Pastoral Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo de hoje, n° 1). Identifico em todos os olhares o desejo de encontrar um oásis no qual se possa beber água viva, uma estação de esperança no meio do burburinho da cidade. Os cristãos, qual procissão que passa pelas ruas da cidade, trazem em si, ainda que em potes de barro (cf. II Cor 4, 7), o tesouro que é resposta portadora de sentido para a existência humana. “Diante de uma vida sem sentido, Jesus nos revela a vida íntima de Deus em seu mistério mais elevado, a comunhão trinitária. É tal o amor de Deus, que faz do homem, peregrino neste mundo, sua morada: “Viremos a ele e viveremos nele” (Jo 14,23). Diante do desespero de um mundo sem Deus, que só vê na morte o final definitivo da existência, Jesus nos oferece a ressurreição e a vida eterna na qual Deus será tudo em todos (cf. 1 Cor 15,28). Diante da idolatria dos bens terrenos, Cristo apresenta a vida em Deus como valor supremo: de que vale alguém ganhar o mundo e perder a sua vida? (cf. Mc 8,36). Diante do subjetivismo da busca desenfreada do prazer, Jesus propõe entregar a vida para ganhá-la, porque quem aprecia sua vida terrena, perdê-la-á (cf. Jo 12,25). É próprio do discípulo de Jesus Cristo gastar a vida como sal da terra e luz do mundo. Diante do individualismo, o Senhor nos convoca para vivermos e caminharmos juntos. A vida cristã só se aprofunda e se desenvolve na comunhão fraterna. O Ressuscitado nos disse “um é seu mestre e todos vocês são irmãos” (Mt 23,8). Diante da despersonalização, Jesus ajuda a construir identidades integradas” (Documento de Aparecida 109-110). O segredo é muito simples, pois os cristãos foram marcados com o selo da Santíssima Trindade, tendo sido batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Sim, a Trindade é resposta e caminho a ser percorrido para nosso tempo. A vida mais íntima de Deus não é a solidão, pois Deus é família, Pai e Filho e Espírito Santo. O sentido da vida humana está em viver em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Cada pessoa voltada para fora, superando a inútil e vazia afirmação de si mesma em detrimento dos outros. Nosso Senhor Jesus Cristo se mostrou continuamente voltado para o Pai, a quem nos ensinou a orar dizendo “seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Para Ele eram fundamentais a intimidade com o Pai na oração nas tantas vezes em que se dirigia a lugares desertos, a sede do Reino que deve vir e estar perto, a certeza de Sua “hora”, conhecida pelo Pai e a confiança absoluta n'Aquele que cuida de todos e de tudo com Sua Providência Amorosa. O Pai, por sua vez, amando o Filho desde toda a eternidade, quer que todos O ouçam e O glorifiquem sempre. O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, suscita a profissão de fé, anima e acompanha a Igreja e explica todas as coisas, no tempo da Igreja, enquanto esperamos a vinda gloriosa do Senhor. A Trindade Santa não é entendida com a pretensão da inteligência humana, mas é vivida, fruto da graça derramada! A Trindade é um contínuo jogo de amor, desde toda a eternidade. E por este amor livre e gratuito, tudo foi pensado, criado, salvo e santificado! Quem é cristão peregrina pela vida afora como portador de comunhão e de vida. Ninguém passa em vão ao seu lado, pois é fonte de água viva, conforme a promessa do Senhor. Torna-se braço estendido aos sofredores, voz dos que são mudos ou foram calados, olhos para os cegos, coração capaz de amar a todos. Quando desperta, ao fazer o sinal da cruz, decide-se a viver não em próprio nome ou de qualquer outro, mas vive em nome do Deus uno e trino. Será ele o primeiro a dar o passo, indo ao encontro das outras pessoas, a partir do cumprimento matinal e em todas as suas iniciativas. Com os dons que recebeu de Deus, aplicará sua inteligência para fazer o bem, em todos os ambientes. Sentir-se-á missionário nos encontros e desencontros de seu cotidiano, superando a indiferença, o medo dos outros e a desconfiança. Por causa de sua fé, aprenderá a parar pelas estradas, como bom samaritano, chamado a curar as chagas físicas, emocionais e espirituais das pessoas. De fato, cada cristão é uma estação da vida, na qual os outros podem repousar e se fortalecer.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sinais dos tempos


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Cada pessoa se dedique a transformar-se para melhor
Uma catástrofe natural ou uma grande convulsão social podem suscitar reações diversas nas pessoas. Os noticiários dos meios de comunicação, muitas vezes, entram em nossas casas e podemos, sem que nada nos abale, acompanhar os detalhes de um tsunami em alguma parte do mundo ou o último crime em nossa vizinhança, com a mesma frieza de quem fica sabendo de um acontecimento da sociedade ou o resultado de uma competição esportiva de um time de longe, do qual não somos torcedores. É que no mais das vezes não nos diz respeito diretamente. Podemos ficar vacinados, sem prestar atenção, sem interpretar corretamente os sinais dos tempos. Também a política ou os grandes problemas sociais envolvem as pessoas e, passadas as emoções, impera a insensibilidade e o acomodamento. Há buracos nas ruas ou obras inacabadas que já tiveram bolo de aniversário! E as promessas eleitorais, se concretizadas, já teriam implantado um novo paraíso terrestre! No entanto, todos se esquecem delas, não existindo mecanismos consistentes de fiscalização e cobrança, até porque, depois de alguns meses, muitos até se esquecem dos nomes dos candidatos em que votaram. Por outro lado, diante dos grandes problemas, pululam anúncios de fim de mundo, até usados como instrumentos de pressão para conversões que duram pouco, pois tão acostumados estamos que os escândalos duram apenas poucos dias e as ameaças também são esquecidas, mesmo quando usam o nome de Deus. Jesus Cristo, com a força do Evangelho e com a graça com que nos prodigaliza, quer mover as consciências a uma mudança profunda, sem pretender aterrorizar com anúncios catastróficos. Lamentavelmente, o mundo contemporâneo criou terrores e desastres muito maiores do que os que ouviam o Senhor (cf. Lc 21, 5-19) nos começos do Cristianismo possam ter escutado e estes não conduziram a uma mudança substancial, apenas por serem graves e desafiadores. A Jesus interessa muito mais a finalidade da história do que o fim do mundo, pois os últimos tempos já começaram com o Seu mistério de Morte e Ressurreição. Muitos se detêm em aspectos secundários, desviando-se do essencial. O cristão não se fixa no que desperta curiosidade, em investigações futurológicas nem muito menos astrológicas, mas se abre à novidade do dia a dia, cheio de esperança e disposição, preparado para o dia do Senhor, mesmo sem saber o dia nem a hora. Chegará, sim, o dia do juízo sobre todo o mundo e ninguém poderá ficar indiferente. Cristo anuncia algo muito sério, ainda que misterioso. Trata-se de um fim que diz respeito a todos. Caminhamos em direção a um fim do mundo e a um juízo universal, mas estes se realizarão primeiro na vida pessoal de cada ser humano, chamado a acolher o Senhor ou rejeitá-Lo. Em nossa vida, ao largo do tempo que nos é dado, se realiza a decisão. A indiferença e o alarmismo são as atitudes a serem evitadas e superadas. Diante dos acontecimentos, a Palavra de Deus nos ajudará a considerá-los sinais dos tempos, sinais do próprio Deus, os quais pedem responsabilidade. Não passe ninguém ao nosso lado sem que tomemos a iniciativa de amar a cada pessoa, fazendo concretamente o bem que estiver ao nosso alcance. Na sociedade, comprometendo-nos com as iniciativas que efetivamente promovam o bem comum. Cada pessoa, segundo a vocação e os dons que lhe foram concedidos pelo próprio Senhor, dedique-se a transformar-se para melhor, plantando sementes de bondade em torno de si. Supere-se o julgamento dos que aparentemente fazem menos do que se espera, mas são igualmente importantes, pois Deus olha para o pequenino e ninguém escapa ao Seu amor. Novos Céus e nova terra serão assim preparados, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador. Então, tudo estará pronto, chegará ao fim a obra da salvação, e Deus será tudo em todos!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cultive a alegria


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Se ninguém o aplaudiu, não fique frustrado
"A alegria é um farol luminoso, em cujas lentes esbarram todos os pássaros da noite" (M. De Backer).
 
É preciso vencer a tristeza para ser feliz; ela é fonte de muitos sofrimentos; muitas vezes, ela vem acompanhada do mau humor. Jamais dê guarida à tristeza e ao mau humor se você quiser ser feliz. Rejeite e expulse esses sentimentos do seu coração com um ato de vontade e de fé. A tristeza nos adoece e nos mata.

A Bíblia diz que "A alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a sua vida" (Eclo 30,22-26). Lance fora a tristeza; ela não é uma boa companhia. Não guarde mágoas, ira, inveja, rancores e ressentimentos, pois esses sentimentos envenenam o coração. Faça como o sol:

"Se algum dia você se sentir desprezado pelas pessoas, não se aborreça. Se algum dia você perceber que não valorizam os seus esforços para melhorar, não fique aborrecido, isto só lhe faria mal. Se algum dia você se sentir rejeitado e esquecido, colocado em segundo lugar, não se aborreça, não será menor por causa disso.
Se algum dia as pessoas não notarem a beleza de sua inteligência e a grandeza da sua alma, também não fique com raiva delas, você não perderá nada por causa disso.
Se você se levantar todos os dias para fazer o bem aos outros, e mesmo assim ninguém lhe agradecer por isso, não fique aborrecido, você não perdeu o mérito de suas boas obras.
Se você fez um belo trabalho e ninguém o parabenizou e aplaudiu, não fique frustrado, a sua obra continuará grande.
Se você renova todos os dias, incansável e gratuitamente,  o seu amor às pessoas, e elas não são gratas a isso, não fique triste, pois também o sol nasce todos os dias, gratuitamente, e a maioria não repara nisso. Todos os dias ele dá um grande espetáculo ao nascer, mas a maioria da plateia está dormindo e não pode aplaudi-lo".

Precisamos criar em torno de nós um ambiente feliz e alegre, expulsando dele, decididamente, o mau humor, a lamentação, a acusação dos outros, etc. Especialmente o lar deve ser um lugar onde os filhos respirem um “oxigênio” puro, e gostem dele.
Os psicólogos hoje advertem que muitos jovens são levados às drogas porque fogem de suas casas por não suportarem o ambiente de brigas, confusões e tristezas.

Alguém me contou esta história:

"Um homem chegou em casa, naquela noite, trazendo o mau humor que o caracterizava há alguns meses. Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades, que ele se transformara em um ser amargo, triste, mal-humorado. Colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu. Deteve o passo e pôde ouvir a voz do filho de seus quatro anos de idade:
 – Mamãe, por que papai está sempre triste?
 – Não sei, amor, respondeu a mãe, com paciência. Ele deve estar preocupado com seus negócios.
 O homem parou, sem coragem de entrar e continuou ouvindo:
 – Que são negócios, mamãe?
 – São as lutas da vida, filho. Houve uma pequena pausa e depois, a voz infantil se fez ouvir outra vez:
 – Papai fica alegre nos negócios?
 – Fica, sim, respondeu a mãe.
 – Mas, então, por que fica triste em casa?
 Sensibilizado, o pai pôde ouvir a esposa explicar ao pequenino:
 – Nas lutas de cada dia, meu filho, seu pai deve sempre demonstrar contentamento. Deve ser alegre para agradar ao chefe da repartição e aos clientes. É importante para o trabalho dele. Mas, quando ele volta para casa, ele traz muitas preocupações. Se fora de casa, precisa cuidar para não ferir os outros, e mostrar alegria, gentileza, não acontece o mesmo em casa.
 – Aqui é o lar, meu filho, onde ele está com o direito de não esconder o seu cansaço, as suas preocupações. A criança pareceu escutar atenta e depois, suspirando, como se tivesse pensado por longo tempo, desabafou:
– Que pena, hein, mãe? Eu gostaria tanto de ter um pai feliz, ao menos de vez em quando. Gostaria que ele chegasse em casa e me pegasse no colo, brincasse comigo. Sorrisse para mim. Eu gostaria tanto...
Naquele momento, o homem pareceu sentir as pernas bambearem. Um líquido estranho lhe escorreu dos olhos e ele se descobriu chorando.
– Meu Deus, pensou, como estou maltratando minha família. E, ainda emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o menino, abraçou-o com força e o convidou: – Filho, vamos brincar?"

Todos nós temos problemas e os teremos a vida toda. O importante é não deixá-los nos sufocar. Deus nos manda buscar e cultivar a alegria, mesmo nas horas difíceis: "Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus" (Fil 4, 4-7).

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Não perca o encanto pela vida


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Ser feliz não é viver sem sofrimento
Viver é uma aventura, e, diga-se de passagem, uma aventura muito bela. Descobrem a beleza da vida, as almas que nunca perdem o encanto e a ternura diante de cada novo dia e de cada nova experiência.
Enche-se de leveza e alegria o coração que nunca perde a novidade e que enfrenta as realidades, a cada dia, como se tudo fosse novo, encantando-se diante da criação e diante da beleza presente nos detalhes do existir. Ao contrário, quem perdeu o encanto com a vida e a enxerga com ares de "hora extra", acreditando já ter contemplado tudo o que ela tem a oferecer, acaba por conceber a existência como um peso, como realidade opaca e destituída de significado.
Uma das piores coisas do mundo, pior até que "dor de dente", é conviver com alguém que se cansou de viver, que vê a vida de maneira distorcida e negativa, em virtude das marcas que o passado lhe acrescentou... Quem fica com os olhos fixados no passado se torna incapaz de ver o presente. E quem não o vê está morto. Não existe maior expressão de morte para alguém do que deixar de enxergar o mundo e o presente, como se fosse a primeira vez...
Que as dores – que vivemos – não nos roubem o olhar de esperança diante de cada situação.
Nosso presente é o presente que Deus nos entrega, e cabe a nós, com o auxílio e a graça d'Ele, reconstruir, no hoje, as belas e originais ilustrações e formas de nossa história.
Fomos criados para a felicidade, independentemente do nosso passado e das dores que vivenciamos. Ser feliz não é viver sem sofrimentos, mas é saber crescer com estes, não permitindo que eles nos aprisionem.
Não existe realização sem luta e desafio. Quem luta por sua felicidade já a alcançou, é apenas uma questão de tempo. É possível ser feliz no hoje. A felicidade é sempre uma real possibilidade, depende apenas da forma como enxergamos a vida.
Nunca desista de lutar pela vida e por seus sonhos, saiba que você é muito mais do que seu passado e suas escolhas erradas. Creia que hoje, agora, é o momento ideal para ser feliz!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ainda há tempo


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Para dançar, dar um telefonema, contemplar o pôr-do-sol
A vida segue seu curso, cada dia traz suas novidades e o tempo não para. Constantemente nos pegamos pensando nas coisas que deveríamos ter feito e chegamos à constatação de nos que faltou tempo! Será que isso é normal? Ou será que estamos inventando coisas de mais para fazer, preenchendo tanto o tempo que nos falta espaço para viver?
Dizem os grandes sábios que o segredo para uma vida feliz é viver bem cada coisa a seu tempo. Mas em dias como os que vivemos, nos quais tudo é imediato e as oportunidades de escolha são sempre vastas, é tarefa um tanto difícil discernir o que fazer a cada instante.
Eu, particularmente, gosto de planejar o meu dia de acordo com o que preciso fazer, seja no trabalho, seja em casa ou até mesmo no lazer. Mas o fato é que agindo assim, também corro o risco de controlar meu tempo nos deveres e aprisionar minha liberdade de ser livre e viver naturalmente.
Basta alguma coisa sair fora dos planos que me vejo bastante contrariada. É como se eu me atropelasse nos meus passos e o tempo fugisse de minhas mãos em segundos. Não é fácil lidar com o tempo e a velocidade da vida, aliás, é sabedoria que requer aprendizado, arte e disposição. Eu quero aprender. E você?
Podemos viver sem pensar sobre coisas assim, mas considero importante refletir na vida que estamos levando... Hoje, parei para fazer isso me perguntando: "Será que a vida está indo de modo muito rápido ou sou eu quem está meio lenta?" Talvez eu precise acertar o passo. Sou mais do que aquilo que eu faço; o ser e o fazer são realidades distintas que precisam de harmonia.
Já ouvi alguém dizer: "Sua cabeça até pode ser uma máquina, mas seu coração não!" Talvez esteja aí a razão dos descompassos do momento. É que o coração não combina com a pressa, ele tem seus mistérios, exige calma e arte para lidar com ele. É sensível, e o sentimento não combina com imediatismos. Para conquistar um bom emprego, a competência é conjugada com a agilidade, mas para conquistar um coração não é assim... Acredito que seja essa a razão do vazio que facilmente contemplamos nas pessoas que valorizam somente o poder. Quando nos interessamos de mais por "aquilo que queremos", falta-nos tempo para nos interessarmos por "aqueles que queremos". E aí o resultado quase inevitável são os atropelos e o vazio no fim da história. A opção é única: se quisermos conciliar os interesses de nossa vida, precisaremos ser vigilantes para que não nos enganemos nas escolhas e corajosos para recomeçar sempre que for preciso. E jamais abrirmos mão do essencial. O que é essencial para a sua felicidade?
Considero importante que identifiquemos as razões para vivermos alegres. Não para vivermos inebriados, esquecendo-nos do mal que possa estar no mundo, mas para poder dar um impulso à nossa vida, que tem, com certeza, nos oferecido coisas boas, as quais a velocidade não nos deixa contemplar. O sorriso, o choro, a simplicidade das crianças e os momentos de reflexão são boas formas de podermos valorizar a vida e apreciar o que de bom vai passando por nós. Não percamos mais tempo a correr sem destino certo. Andemos com mais calma, apreciemos mais a paisagem e quando chegarmos ao ponto determinado, veremos que a alegria da vida não está na chegada, ela foi distribuída durante o caminho. Se formos muito depressa, nos faltará tempo para recolhê-la.
A boa notícia que lhe apresento hoje é que ainda há tempo... Há tempo para mostrar quem somos sem temer a reação dos outros. Há tempo para cantar, dançar e brincar com as crianças.
Há tempo ainda para um bilhete no café da manhã, um telefonema inesperado durante o dia só para dizer: "Te amo".
Há tempo para despertar o que talvez tenha ficado quieto por anos a fio. Para contemplar o pôr-do-sol, para molhar os pés na água do mar, caminhar descalço na areia da praia sem ter hora marcada para chegar. Há tempo para ser feliz e hoje é o tempo!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Cultive a amizade

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Quanto mais velha mais preciosa

"A amizade é como os títulos honoríficos: quanto mais velha mais preciosa" (Goethe – 1749-1832).
Não preciso falar aqui da importância de se cultivar as boas amizades para ser feliz. O povo diz, com sabedoria, que “mais vale um amigo do que dinheiro o bolso”; é verdade. O dinheiro não resolve tudo, mas um bom amigo pode realmente resolver aquilo que o dinheiro não resolve. A Bíblia diz que quem conquistou um amigo, adquiriu um tesouro.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu livro "A Identidade", que “a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu". Chama os amigos de "testemunhas do passado" e diz que eles "são nosso espelho, através dos quais podemos nos olhar.”
Diz que “toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos. Os amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contraído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão.”
Há uma fábula antiga que mostra a importância da amizade concreta: é a da pomba e da formiga.
"A pomba percebeu que a amiga formiga caiu em um rio e se debatia para não morrer afogada; muito depressa a pomba tomou um pequeno galho no bico e colocou na água ao lado da formiga, e assim esta se salvou.
Passados os dias, um caçador apontava a sua espingarda para a mesma pomba, que dormindo no galho de uma árvore não percebeu o perigo que corria. Eis que a formiga viu; e antes que o caçador atirasse na pomba, jogou-se sobre ele e deu-lhe uma ferroada; o caçador errou o tiro e assim a pomba se salvou."
A verdadeira amizade nos socorre quando menos esperamos. Podemos esquecer aquele com quem rimos muito, mas nunca nos esqueceremos daquele com quem choramos. O laço da tristeza é mais forte que o laço da alegria. Os corações que as tristezas unem permanecem unidos para sempre.
Na prosperidade os verdadeiros amigos esperam ser chamados; na adversidade, apresentam-se espontaneamente. A fortuna faz amigos. A desgraça prova se eles existem de fato.

É preciso saber fazer e cultivar amizades; isso depende de cada um de nós; antes de tudo do nosso desprendimento e fidelidade ao outro. A grandeza de um homem é medida pela sua capacidade de comunhão. Quem busca um amigo sem defeito fica sem amigo.
Muito cuidado para não perder o amigo por uma futilidade. Seja amigo daquele que pode lhe ensinar muitas coisas, mesmo que ele tenha de lhe dizer verdades amargas. Uma amizade só é valiosa quando um faz o outro crescer.
Para conquistar um amigo é preciso criar um “deserto” dentro de si, aceitando que o outro venha ocupá-lo. Acolher o amigo é, em primeiro lugar, ouvir. São poucos os que sabem ouvir, porque poucos estão vazios de si mesmos, e o seu “eu” faz muito barulho. Se você souber ouvir, muitos virão lhe fazer confidências.
Se você quiser agir sobre o seu amigo, de verdade, para que ele mude, comece por amá-lo sincera e desinteressadamente. O maior esforço da amizade não deve ser apenas mostrar seus defeitos a um amigo, mas fazer com que ele veja os dele, sem lhe causar mágoa. O maior bem que podemos fazer a ele não é lhe oferecer nossa riqueza, mas levá-lo a descobrir a dele.