sexta-feira, 27 de novembro de 2009

As horas

Paciência, espera, alegrias, tristezas... o tempo passa
As horas se repetem, se divertem e não se invertem.
As horas passam e repassam,
mas de nada se esquecem.

São sempre os mesmos números,
mas nunca as mesmas horas.

Caem sempre nos mesmos dias,
e que também não são iguais.
As horas não se atrasam,
elas apenas se renovam.

As horas de ontem, passadas,
tornam-se grandes registros.

Os minutos e segundos de hoje,
ainda no hoje virá.
Serão o futuro breve,
para viver a vida que em mim há.

As horas são esperanças e lembranças,
de um amanhã melhor e do passado trilhado.

As horas são sonhos,
são silêncios e desejos.
As horas são descanço,
eternos da alma e do coração.

As horas são independentes,
correm sem preocupar-se com o que vier.

As horas são paciência e espera,
motivações de alegrias e tristezas.
As horas não pensam, mas,
está na vida de quem pensa por elas.

Cuidado, as horas não se aproveitam,
e podemos perdê-las e nada aproveitar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

mações

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Tudo depende do olhar

Não desista diante daquilo que aparentemente configura sua derrota
Na noite da solidão, na qual as cores perdem a sua força e o opaco semeia ferrugem destituindo o brilho dos sonhos, o olhar é sempre convidado para transcender. Transcender enxergando possibilidades e fabricando recomeços, pautando assim a própria existência pela dinâmica da esperança. Sim. Quando os sentidos se confundem e tudo fica sem sentido, o coração precisa aprender a juntar seus pedaços, buscando novos motivos e significados para continuar acreditando na vida e lutando por ela.

Diante de uma grande dor ou decepção é necessário treinar o olhar para a não desistência, é preciso treiná-lo para sempre ir além.

O homem foi feito para isso, para “ir além“. Além da dor, do desânimo, do medo, além dos próprios limites.

O limite pode ser uma barreira intransponível ou um grande impulso de superação, tudo depende do olhar e do desejo que o motiva. Se ele [limite] for contemplando com madura e sincera esperança, pode se tornar uma realidade profundamente motivadora. Ele nos conscientiza acerca daquilo que realmente somos e, se bem aproveitado, pode nos lançar a concretamente trabalhar pelo aperfeiçoamento diante de nossas fragilidades.

Dessa forma, as vitórias serão constantes e não apenas aparentes, pois serão tecidas no solo do real e no território do possível. E nosso possível será constantemente provocado pelo Divino Auxílio, que, diante de nossas impossibilidades, será sempre portador de infinitas possibilidades para aquilo que nos compõe.

Quando se unem: Consciência de si e liberdade de um lado e Auxílio e esperança do outro, a existência pode ser visitada pela superação daquilo que a encarcera na finitude, construindo assim vida e sentido em tudo o que a comporta.

O homem foi criado para crescer e não para sucumbir diante de dores e dissabores. E isso também depende do olhar, pois, por vezes, o crescimento e a superação residirão nas estradas da dor e da limitação, e quem não desenvolver, no olhar, a precisa sensibilidade para perceber tal realidade, poderá se ausentar da concreta dose de superação conferida apenas por essas experiências.

É comum contemplarmos corações que fazem de tudo para eliminar a dor a qualquer custo; contudo, percebe-se que poucos têm no olhar a sabedoria para compreender que existem dores com as quais precisamos conviver pacientemente, e que estas precisam ser enfrentadas frontalmente para nos acrescentar a devida parcela de crescimento. Isso também depende do olhar.

Existem soluções fáceis que prolongam dores e existem dores momentâneas que, se bem digeridas e vivenciadas, podem perpetuar êxitos e realizações.
Para crescer na vida não há outro caminho, é preciso treinar o olhar... Treiná-lo para perceber o que está além de cada experiência que a existência nos acrescenta e, principalmente, treiná-lo para não desistir diante daquilo que aparentemente configura nossa derrota e humilhação, pois, aí pode se encontrar a força de que precisamos para ser mais... O olhar. Permitamos que a lógica proposta o [olhar] conduza, e contemos com o preciso auxílio que sempre nos possibilitará descobrir sentido e esperança em cada fragmento de tempo e de vida.

Tudo depende do olhar...

sábado, 14 de novembro de 2009

Virtudes e Defeitos

 

Estes dias vi o professor Felipe Aquino respondendo brilhantemente a uma pergunta feita por um telespectador durante o seu programa Escola da Fé, na TV Canção Nova. O telespectador perguntou como era possível que o demônio, que já foi um anjo bom e servidor de Deus, tenha se tornado alguém tão odioso e maldoso. O professor respondeu de uma maneira simples, mas muito profunda. Ele falou que uma fruta tem mais chance de se estragar e apodrecer quando está madura do que quando está verde. Desta maneira explicou que uma má atitude fez com que o maligno, antes uma criatura angelical de Deus, se tornasse seu inimigo.

Ainda outro dia, em um recolhimento espiritual em Curitiba do Opus Dei, movimento católico que participo além da RCC, vi o Padre Manuel Correia explicar maravilhosamente que existe uma linha tênue entre virtudes e defeitos. E, por isso, precisamos ter um discernimento para verificar se muitas vezes o que chamamos de virtude não é na verdade um grande defeito e vice-versa.

Rapidez, por exemplo, é uma virtude, pressa, no entanto, um defeito.

Perseverança, uma grande virtude que nos ajuda a finalizar projetos.
Teimosia, um efeito de insistir em algo errado, não dar o "braço a torcer".

Fazer as coisas da melhor maneira possível, uma grande virtude que faz com que glorifiquemos a Deus, nos afazeres do dia-a-dia .
Perfeccionismo, um defeito de querer que as coisas saiam certas nos mínimos detalhes e na altura de nosso eu. "Isto não é digno de mim. Se não for para fazer bem feito então é melhor não fazer".

Prudência, uma virtude declarada por Jesus como importante. Virtude de saber onde se está pisando sem, no entanto, desconfiar das pessoas.
Desconfiança, um defeito de pré-julgar alguém ou alguma coisa, não dar uma segunda chance, viver com o “pé atrás”.

Mansidão, virtude de um coração com paz interior que se transparece em atos concretos.
Passividade, um defeito de não corrigir alguém ou algo, fingir que não vê erros dos outros a fim de que a nossa imagem não seja prejudicada.

Existem ainda outras virtudes muito próximas de defeitos. Por isto, não devemos esquecer de pedir ao Espírito Santo que nos dê força para jamais “apodrecermos” e que Ele nos ajude a nos moldarmos segundo os traços e valores de Jesus Cristo, Nosso Senhor.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O pecado da gula

A virtude oposta à gula é a temperança
Gula é comer além do necessário para se alimentar. Para alguns, o prazer de comer passou a ser um fim em si mesmo; esse é o erro. E se frustram quando a refeição não é “suculenta e variada”.

Escrevendo aos filipenses, São Paulo se refere àqueles cujo “deus é o ventre” (cf. Fil. 3,19), isto é, o alimento. Se a Igreja nos aponta a gula como um vício capital é porque ela gera outros males: preguiça, comodismo, paixões, doenças, etc... Podemos comer e beber com moderação e gosto, mas não podemos fazer da comida um meio só de prazer; isso desvirtua a alimentação.

Um corpo “pesado” debilita o espírito. Santo Agostinho dizia que temia não a impureza da comida, mas a do apetite. Ele escreve uma página sábia sobre isso: “Vós me ensinastes a ingerir os alimentos como se tratasse de remédios”. Santa Catarina de Sena dizia que o “estômago cheio prejudica a mente”. E Santo Ambrósio afirmava que: “Aquele que submete o seu próprio corpo e governa sua alma, sem se deixar submergir pelas paixões, é seu próprio senhor: pode ser chamado rei, porque é capaz de reger a sua própria pessoa”. E o líder pacifista indiano Gandhi afirmava que “a verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem o rigoroso controle da gula. Todos os demais sentidos estarão, automaticamente, sujeitos ao controle quando a gula estiver sob controle”.

A virtude oposta à gula é a temperança: evitar todos os excessos no comer e no beber. Para destruir as raízes da gula é preciso submeter o corpo à mortificação. E esta haverá de ser sob a ação do Espírito Santo, nosso Santificador. São Paulo ensinou aos Gálatas e aos Romanos que somente o Espírito pode destruir em nós as paixões. “Conduzi-vos pelo Espírito Santo e não satisfareis o desejo da carne” (Gál. 5,16). “Se viverdes segundo a carne, morrereis, mas, se pelo Espírito fizerdes morrer as obras do corpo, vivereis” (Rom. 8,12). A ação poderosa do Espírito Santo, aliada à nossa vontade, vem em auxílio da nossa fraqueza e nos dá a graça de superar os vícios.

Como remédio contra a gula a Igreja propõe também o jejum; não como um valor em si mesmo, mas como um instrumento para dominar a paixão. Mas Santa Catarina de Sena ensina que “a mortificação deve ser feita de acordo com a necessidade e na exata medida das forças pessoais.” Visto que não se pode impor a todos a mesma mortificação como uma norma rígida, já que nem todos são iguais.

Não é possível querer levar uma vida pura sem sacrifício. O corpo foi nos dado para servir e não para gozar; o prazer egoísta passa e deixa gosto de morte; o sacrifício gera a vida. Não foi à toa que Cristo jejuou quarenta dias, no deserto da Judéia, antes de enfrentar as ciladas terríveis do Tentador, que queria afastá-Lo do caminho traçado por Deus para Ele seguir a fim de salvar a humanidade.