sexta-feira, 30 de abril de 2010


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Termômetro da amizade

Não pode existir verdadeira amizade entre pessoas más
Volta e meia conversamos sobre amizade. Se fosse realizada alguma pesquisa, talvez chegássemos à conclusão de que essa é uma das palavras que mais saem da boca de todo o mundo.
Mas será que todos sabem, de verdade, o que estão querendo dizer quando falam sobre amizade?
São Francisco de Sales é um doutor da Igreja, título dado àqueles santos que desenvolveram um ensinamento surpreendente. Ele também oferece um conceito singular sobre esse tema [amizade]: a caridade é uma amizade, ou seja, amizade é puro amor. E não para por aí não. Esse santo vai além e destaca que toda a amizade é comunicação de bens.
Eu lhe pergunto: o que é um bem? Bem é tudo aquilo que, quando colocamos em comum, nos enriquece, acrescenta, plenifica, aperfeiçoa. Só pode existir bem quando existe amor, e só existe amor onde existe Deus, que é puro amor. Aqui, São João Evangelista também pode nos ajudar, quando ensina que “Deus é luz e nele não há treva alguma” (cf. I Jo 1,5).
Ora, se Deus é amor e é luz ao mesmo tempo, isso significa que esse sentimento apenas existe na luz e vice-versa. Aí já fica fácil de entendermos melhor muita coisa.
Em primeiro lugar, fica claro que não pode existir verdadeira amizade entre pessoas más ou que se unem para fazer o mal. O mal é escuridão, é treva, é o oposto da luz. Todo o relacionamento que tem como base o mal foge da lógica da amizade, que, como vimos, é comunicação de bens e todo o bem é bom, é luminoso. É impossível existir um bem que seja um mal.
Não é nem preciso pensar muito para que outra pergunta surja logo em nossa cabeça: que tipo de bem eu tenho comunicado aos meus amigos? Melhor ainda: será que eu estou, verdadeiramente, comunicando algum bem aos meus amigos, ou seja, partilhando com eles coisas que enriqueçam o nosso relacionamento? Ou, ao contrário, muitas vezes, eu tenho dado mais ênfase à escuridão, por meio do que falo, do que vivo, do que estimulo o outro a fazer e a viver?
É tempo de retomada, de dar a volta por cima e colocar a vida de novo no caminho certo. Faço um convite para você: seja verdadeiro amigos de seus amigos. Vamos comunicar bens que sejam realmente bons, luminosos, que testemunhem o Deus que é todo luz e todo amor.
Peçamos o auxílio do Senhor:
Senhor, a amizade precisa ter raízes em Ti para que possa ser verdadeira. Somente em Ti e a partir de Ti tudo pode ser construído com bases sólidas, firmes, duradouras, com destino à eternidade.
Sim, Senhor, ensina-me a ser verdadeiro amigo de meus amigos. Aumenta o desejo de meu coração em perseguir este objetivo com todas as minhas forças.
Dá-me a graça de resplandecer em minha vida e através dos bens que comunico toda a tua Luz, que cura de todo o mal!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Não deixe para amanhã

030310Deus, que ama os pecadores, não se cansa de buscar das mais variadas formas para manifestar-lhes a Sua infinita Misericórdia. O ápice dessa graça foi a Sua entrega na Cruz.
Mas, mesmo assim, a humanidade continua alheia à bondade do Senhor, que continua a ir atrás de cada pecador para manifestar-lhe a Sua salvação, o Seu amor e perdão.
Para os nossos tempos, Nosso Senhor Jesus Cristo incumbiu à Santa Faustina proclamar ao mundo a mensagem da Sua Misericórdia: ”Minha filha, olha para o abismo da minha misericórdia e dá a esta misericórdia louvor e glória. Reúna todos os pecadores do mundo inteiro e mergulha-os no abismo da misericórdia”.
Deus Pai não se cansa de nos chamar para o bem, para a vida plena: ”Não demores em voltar para o Senhor, e não adies de um dia para outro” (Eclo 5,8)
São João nos fala que a concupiscência dos olhos, a fraqueza da carne e soberba da vida nos fazem cair. Por outro lado, o espírito de pobreza, a humildade e o desprendimento nos levam à conversão de cada dia.
Hoje, o Todo-poderoso quer nos restaurar, salvar e fazer maravilhas em nós. Não adiemos a nossa volta para Ele, pois não sabemos quanto tempo nos resta.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Amar por que?

O espírito pagăo ataca a caridade e a destrói. ''Se amais somente os que vos amam, que méritos tendes? E se saudais somente os vossos irmăos, que fazeis de extraordinário? Năo fazem isso também os pagăos? (Mt 5,46a-47)''. O motivo da nossa caridade năo está somente no próximo, em seu afeto, em seus bons serviços e eficięncia, em suas qualidades e, muito menos, na simpatia que se pode ter por ele, ou nos laços de sangue; mas o motivo da caridade está unicamente em Deus, de quem todos nós somos filhos. É Deus que quer ser descoberto e amado por cada um de nós, mesmo que as marcas do pecado tenham desfigurado a imagem divina em nossas almas. A razăo que nos motiva a amar é Deus. A caridade nunca é simpatia ou afeto humano, nem filantropia, mas é amar por causa de Deus, em relaçăo a Deus. Só, assim, o amor pode ser universal e atingir mesmo quem năo merece, năo é simpático, faz-nos sofrer, é ingrato e até traidor. Năo é assim que o Senhor nos ama? Jesus năo esperou que fôssemos amigos d'Ele para dar a vida por nós. Ó Senhor, tornai-nos misericordiosos. Inclinai nosso coraçăo para todas as misérias, as do corpo e ainda mais as da alma. ''Senhor, faça-nos crescer e avantajar-nos na caridade mútua para com todos os homens, como é o nosso amor para convosco''(I Tes 3,12). Dę-nos olhos para ver e acolher a quem mais necessita da nossa ajuda no dia que se chama hoje. Jesus, eu confio em Vós!

terça-feira, 27 de abril de 2010

O amor realiza milagres

Trazemos dentro de nós o amor de Deus, embora sejamos frágeis em nossa humanidade. Sozinhos năo somos capazes de uma boa açăo, mas contamos sempre com a graça do Senhor, que age em nosso favor. Empenhemo-nos, a partir de hoje, em vivermos o amor incansavelmente, para que haja cada vez mais respeito ŕ dignidade das pessoas, fraternidade, uniăo, paz e concórdia. Somente o amor é capaz de transformar todas as realidades e de fecundar a vida nova no nosso coraçăo. Somente por amor Jesus se entregou na cruz por nós; aprendamos hoje com Ele a amar incondicionalmente e a ser instrumentos a serviço do amor. Jesus, eu confio em Vós!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Coraçăo de criança

"As grandes audácias săo sempre das crianças. Elas nos surpreendem com as suas perguntas, com as suas respostas e com as suas açőes. O próprio Senhor vai nos dizer que, para entrarmos no Reino dos Céus, precisamos ser como as crianças. Sendo crianças, năo tereis mágoas; as crianças esquecem depressa os desgostos para voltarem aos seus divertimentos habituais. Por isso, com esse abandono, năo tereis que vos preocupar, pois descansareis no Pai. Săo muitas pessoas que vivem constantemente estressadas, porque perderam a simplicidade das crianças. Năo queiras ser grande. Criança, criança sempre, ainda que morras de velho. Quando uma criança tropeça e cai, ninguém estranha; seu pai se apressa a levantá-la. A nossa experięncia cotidiana está cheia de tropeços e quedas. Que será de nós se năo formos cada vez mais criança. Năo queiramos ser grandes, mas meninos, para que, quando tropeçares, a măo de Deus nosso Pai nos levante" (Beato José Maria Escrivá). Peçamos a Jesus, neste dia, a graça de termos um coraçăo de criança. Jesus, eu confio em Vós!

domingo, 25 de abril de 2010

Livre-se do sentimento de culpa

mensagem_2004101Mergulhar no amor de Deus é o segredo para nos livrarmos do sentimento de culpa. Este sentimento não vem de Deus. Tudo o que nos escraviza não vem de Deus. Muitas pessoas, por falta de conhecimento e discernimento, acham que fazer a vontade do Senhor as torna escravas. É bem o contrário: quanto mais abrimos mão da nossa vontade, para fazer a vontade divina, tanto mais nos tornamos livres, porque o Altíssimo nos fez livres e para a liberdade.
É claro que o conceito de liberdade do Criador não é o mesmo desta falsa liberdade semeada por aí, em que, de maneira irresponsável, as pessoas realizam as ações por conta própria, acarretando sérias consequências para o resto de suas vidas.
“Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade” (Gl 5,13).
Muitas pessoas carregam um terrível sentimento de culpa e se deixam destruir por esse mal. Mergulhe no infinito amor de Deus e imediatamente todo esse sentimento terá fim.
Jesus, eu confio em Vós!

sábado, 24 de abril de 2010


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A insensibilidade nos impede de enxergar

Quanto mais desanimados, menos frutos colheremos na vida
Título original: A testemunha
O Antigo Testamento bíblico foi um tempo de profecia e de preparação para a chegada dos objetivos do Reino de Deus. Hoje a comunidade cristã tem por obrigação testemunhar e concretizar o projeto iniciado por Jesus Cristo. Assim sendo, a Igreja precisa estar sempre em estado de missão, colocando em prática os indicativos da Palavra de Deus, não perdendo de vista a necessidade incondicional da presença e da atuação viva de Jesus ressuscitado.
A realidade social, a violência e a exclusão generalizada ocasionam desânimo e um clima de cansaço. Com isso perdemos o rumo do nosso caminho, mergulhamos na escuridão e numa vida de atividade quase sem sentido. Por outro lado, não podemos perder a sensibilidade da presença de Cristo ressuscitado e de Seu Espírito norteador. É como uma pesca sem resultado à primeira vista, mas rendosa a partir do seguimento da Palavra orientadora de Jesus Cristo.
Quanto mais desanimados, tristes, frustrados e sem perspectivas, tanto menos frutos colhemos de nossas atividades. A fartura é fruto da confiança e de objetivos claros de forma total, gratuita e entusiasmada. O amor tem que ser uma ação até as últimas consequências. Dar testemunho de Jesus Cristo pode levar ao sofrimento, ao mesmo caminho percorrido por Ele. Alguns são até torturados e mortos, são eliminados porque foram corajosos e determinados. A omissão impede o cumprimento dos objetivos concretos do Reino.
A sociedade capitalista neoliberal e consumista de hoje nos faz viver na escuridão, sem contar com a luz de Cristo ressuscitado, que nos pede amor incondicional. O fio condutor do cristão é Jesus Cristo.
Os desafios para o testemunho hoje são muito grandes. Ele deve ser partilhado na comunidade cristã. A insensibilidade nos impede de enxergar Cristo, porque Ele está presente em nosso meio, particularmente nos gestos de fraternidade e partilha.
A fecundidade e a vida de comunidade dependem de obediência aos ensinamentos de Jesus Cristo. Isso cria entusiasmo e alegria no serviço aos irmãos, superando uma fé morna demais, fazendo renascer o profetismo em nosso tempo.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Quer ser verdadeiramente livre?

281009As nossas palavras, muitas vezes, determinam o nosso fazer e o nosso agir e administram os nossos relacionamentos. Se a nossa palavra é verdadeira,  ela nos traz a liberdade para que entremos em comunhão com as pessoas com as quais nos relacionamos; mas se for mentirosa, acontece o contrário disso.
Onde há verdade, há liberdade, há amor, comunhão e alegria. Somente a verdade – e esta verdade tem é Jesus – é capaz de nos fazer homens e mulheres livres, como a própria Palavra nos ensina hoje:
“Se permanecerdes na minha Palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8, 31-32).
A salvação de Cristo liberta-nos de toda escravidão. Abramo-nos hoje à verdade e deixemo-nos transformar por ela.
Jesus, liberta-nos, hoje, de toda mentira, de todo erro; queremos caminhar e permanecer na verdade, porque queremos experimentar a verdadeira liberdade de filhos de Deus.
Jesus, eu confio em Vós!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Há pobreza de palavras, porque há pobreza de silêncio

280809g“Precisamos ser prontos para escutar e lentos no falar” (Tiago 1,19b). Quando aprendemos a escutar, evitamos o mal-entendido e adquirimos o autodomínio, porque temos mais tempo para pensar, rezar e responder coerentemente, evitando julgar pelas aparências e ser grosseiros ou inconvenientes com as pessoas.
O Santo Padre Pio dizia: “Quem fala, semeia; quem escuta, colhe”.
O verdadeiro silêncio é aquele que nos coloca diante de Deus. Essa experiência enriquece os nossos valores, reflexões, sentimentos e ideias, e mais: no íntimo da alma formam-se as convicções e enraízam-se as virtudes. Dessa forma, as linhas mestras da luta pessoal por melhorarmos a cada dia um pouco mais vão sendo formadas.
Temos o hábito de falar muito e quase não sabemos escutar. Há pobreza de palavras, porque há pobreza de silêncio. Só teremos condições de responder com prontidão, justiça e amor a Deus e aos irmãos se nos exercitarmos no dom da escuta.
“O Senhor veio, pôs-se junto dele e chamou-o como das outras vezes: Samuel! Samuel! E ele respondeu: Fala, que teu servo escuta” (I Samuel 3,10).
Peçamos, hoje, ao Senhor, que nos ensine a silenciar, para que possamos ouvir a Sua voz, a exemplo do Profeta Samuel.
Peçamos a Nossa Senhora, a Virgem do silêncio, que nos ensine a escutar os nossos irmãos e a voz de Deus.
Jesus, eu confio em Vós!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Você já sorriu para a vida hoje?

sorrisoO segredo de sorrir sempre para a vida é abrir o coração e deixar a luz de Cristo entrar. Sem Deus, não é possível sorrir para a vida!
Não podemos deixar que as circunstâncias da vida nos transformem em pessoas amargas, insatisfeitas, tristes, porque lutas e dificuldades sempre teremos; o que faz a diferença é vivermos todas as coisas em Deus e com Deus.
Se ontem não foi um dia muito favorável, hoje, temos a graça de começar tudo de novo e dar uma resposta diferente às situações, mesmo que elas sejam as mesmas de ontem.
Ao nosso derredor as coisas podem continuar da mesma forma, mas a cada manhã que desperta o Senhor nos dá uma graça própria para agirmos de maneira diferente, de modo que nada nos impeça de sorrir sempre para a vida.
“Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de vos louvar! Felizes os que em vós têm sua força, caminharão com um ardor sempre crescente” (Sl 83).
Peçamos, hoje, a Nossa Senhora do Sorriso que nos ensine a sorrir para a vida, como Ela sorriu para Santa Teresinha do Menino Jesus, que estava doente na ocasião e foi curada.
Nossa Senhora do Sorriso, rogai por nós.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Você possui um projeto de vida?

030809_mensagemPrecisamos fazer uma constante e profunda avaliação sobre nossas vidas à luz do Divino Espírito Santo. Sendo sinceros com nós mesmos, olhando para trás, vendo o nosso crescimento, a nossa mudança e onde precisamos melhorar. É claro que isso exige coragem e determinação. Não nos deixemos levar pela acomodação nem pelo negativismo. É hora de parar, nos colocar na presença de Deus e colher o novo rumo que Ele tem para nossa vida.
Todos nós precisamos ter um projeto de vida, com um objetivo específico, que nos aponte como caminhar neste mundo, sem nos desviarmos dos desígnios que a Divina Providência tem a nosso respeito.
Não se deixe arrastar pela ideia de que tudo está perdido e que não tem mais jeito, porque o Senhor hoje nos diz: “Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!” (Lucas 21, 28b).
Senhor, mostrai-nos os Vossos caminhos, para que não nos desviemos da Vossa presença e para que sejamos fieis ao Vosso chamado.
Jesus, eu confio em Vós!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Expulsemos a tristeza da nossa vida!

luzia002A alegria é presente de Deus para nós; é fonte de profunda vitalidade. Em muitas passagens bíblicas encontramos vários conselhos para permanecermos alegres: “Vivei sempre alegres” (I Ts 5,16).
Todos nós, com certeza, escutamos esta boa notícia: Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente. A ressonância da ressurreição em nossa vida é a alegria.
No entanto, se observarmos, sentimos ao longo de todo o dia um combate contra o dom da alegria em nós, para que andemos cabisbaixos e tristes. Por essa razão, lutemos para que as circunstâncias não minem esse lindo dom em nós, porque Jesus está vivo. A alegria do Senhor é a nossa força!
“Este dia é um dia de festa consagrado ao Senhor; não haja tristeza, porque a alegria do Senhor será a vossa força” (Ne 8,10a).
Peçamos hoje ao Ressuscitado o dom da alegria, mesmo quando as situações se apresentarem desencontradas ao nosso derredor.
Jesus, eu confio em Vós!

domingo, 18 de abril de 2010

O Amigo de todas as horas

mensagem_300609Todos nós temos necessidade de ter alguém que se comprometa conosco e que abrace a nossa causa, defendendo-nos, ajudando-nos e cuidando de nós. Temos necessidade de ser amados e acolhidos, principalmente nos momentos de dificuldade.
Precisamos tomar consciência de que não estamos sozinhos, porque o próprio Senhor nos prometeu que estará conosco todos os dias da nossa vida. Por isso, nos enviou Seu Espírito Santo!
É a Cristo que devemos recorrer sempre, porque Ele sempre nos chama e nos consola: “Vinde a mim vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mateus 11, 28-30).
Descansemos em Jesus e deixemo-nos cuidar por Ele. Façamos um ato de entrega de todas as nossas preocupações e inquietações a Ele, porque o Senhor sabe como fazer e como resolver todas as situações.
Com confiança, aproximemo-nos de Nosso Senhor Jesus Cristo e oremos incessantemente ao longo deste dia:
Jesus, eu confio em Vós!

sábado, 17 de abril de 2010

Onde estaremos seguros?

160410Busquemos hoje as coisas de Deus, porque todas as demais vão passar, mas o que vem do Senhor permanecerá para sempre.
A vontade do Todo-poderoso é um porto seguro para nós, por isso, devemos ancorar, a cada momento, a nossa vida nela; lá permaneceremos seguros. Vivemos num mundo instável, onde tudo muda e passa muito rapidamente. Precisamos ter a sabedoria de não ficar com o coração apegado às coisas meramente temporais. Devemos fazer um bom uso destas, mas não ficar presos a elas.
Busquemos o único essencial para a nossa vida e que jamais passará, porque o essencial é eterno: Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Rezemos com o salmista: “Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo” (Sl 26,4).
Senhor, ensina-nos a buscar as coisas que não passam.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Olhemos além para enxergar a verdade

2403101Iniciemos este dia pedindo ao Senhor a graça de sermos perceptíveis e sensíveis a cada pessoa que Ele colocar na nossa vida; de olhá-las como Ele as olha.
Hoje não pode ser mais um dia para nós; é um novo dia e precisamos vivê-lo de maneira nova, com o auxílio do Espírito Santo. O ambiente de trabalho é o mesmo, a nossa família é a mesma, as pessoas com as quais convivemos são as mesmas, mas o nosso olhar precisa ser diferente. Certamente faremos, a partir de agora, belíssimas experiências e colheremos muitos frutos quando depararmos com cada pessoa e pedirmos a Jesus a graça de enxergá-las com os olhos d’Ele.
Imaginemos a libertação que vamos experimentar e proporcionar aos nossos irmãos, porque somente a verdade nos liberta e nos cura.
“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (Jo 8,32).
Senhor, queremos hoje enxergar o mundo e as pessoas com o Teu olhar.

quinta-feira, 15 de abril de 2010


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Ajustando os desejos

'Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração'
Faz parte da vida humana estar, muitas vezes, sob a influência de fortes desejos. Tais estados de alma podem reforçar os grandes ideais, quando somam energias com os sonhos, que alimentam a nossa trajetória. Ter desejos é querer possuir; é predispor-se a gozar; é entregar-se a uma força que mal conseguimos manipular. Tem características de satisfação egoísta, embora persistam espaços para o altruísmo. Talvez a sã psicologia tenha descrições melhores a oferecer.
O que aqui apresento reveste-se apenas de fenômenos observados pela razão, que chamamos de bom senso. Logo abaixo quero reconhecer que existem, sim, desejos construtivos. Mas comecemos pelos desejos que nos travam e nos introduzem na parca produção, diante dos grandes deveres, de que estamos revestidos.
Há desejos que nos puxam para baixo e nos colocam em posição de correr atrás dos falsos valores. Vejamos, por exemplo, o desejo sexual que pode nos atormentar, em busca de amores impossíveis e contrários à ética cristã. Mas não é só a sexualidade que pode nos colocar em estado improdutivo. Também o desejo irrefreável do dinheiro, a “cobiça dos olhos”.
O mesmo se diga, com mais ênfase, sobre o desejo de prestígio a todo custo, da fama (muitas vezes não merecida), da perseguição contra pessoas que atrapalham. Jesus advertiu: “Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6, 21).
Os desejos amorosos de um casal, em santa união, podem ser poderosas alavancas para a concretização de sua vida familiar. Tais sentimentos se tornam convergentes. Lembro-me aqui também dessas almas privilegiadas, que envidam todos os esforços nas obras sociais. Ou mesmo, daqueles que querem ocupar posições de realce na sociedade, para fazer o bem e melhorar as condições do povo. Mas de forma alguma posso esquecer aquelas almas mais sublimes, como São Paulo, que se aproximam de Deus e não dividem seus desejos com falsos ídolos. Tais pessoas são os “puros de coração” cujos desejos estão fixados no essencial.
Esse é o ajustamento que todos devemos procurar. Jesus previu isso: “Eu, uma vez levantado [na cruz], atrairei todos a mim” (Jo 12, 32).

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A quem recorrer no momento de aflição?

150410Impressiona-me ver como Jesus venceu a tentação: Ele sempre recorria às Escrituras.
Devemos fazer o mesmo. Tenho aprendido que precisamos levar a Palavra de Deus em todas as ocasiões e lugares: na bolsa, no trabalho, em casa, enfim… onde quer que estejamos. São as Sagradas Escrituras que formam em nós a mente de Cristo!
Se trouxermos a Palavra de Deus na mente e no coração, ao necessitarmos de força, consolo, sabedoria e discernimento, encontraremos nela o que buscamos. Para tomar uma decisão, conversar com alguém ou vencer a tentação, nesses momentos o Espírito Santo faz brotar de nosso interior o versículo bíblico de que necessitamos.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, refutar, corrigir, educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para qualquer obra boa” (II Tim 3,16-17).
Jesus, eu confio em Vós!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Atravessemos a ponte!

110310Todas as coisas encontram o seu sentido perfeito no Senhor. Não podemos parar nas “pontes” da vida; ao contrário, precisamos atravessá-las para que encontremos o sentido da nossa esperança: Deus.
Com grande facilidade, nos apegados às coisas, às pessoas e a nós mesmos, mas precisamos nos desvencilhar de tudo o que passageiro e nos faz mal e nos agarrar somente a tudo o que é eterno.
Nada nos falta quando temos fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Passamos por dificuldades, tribulações e tantas outras situações próprias da vida humana, mas no Senhor temos tudo, porque Ele é a fonte de todo bem e de toda graça.
Reze ao longo de todo este dia pedindo a proteção e a bênção do Senhor. Quando vierem o medo, a tristeza, a angústia, as inquietações e as irritações “durante a travessia da ponte”, ore e não se deixe abater, porque o Senhor ouve a voz da nossa súplica.
Peçamos a Jesus a graça de um coração obediente e dócil à Palavra de Deus.
Peçamos ao Senhor que nos ajude a nos desapegar de tudo e de todos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

ser feliz .


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Quer ser feliz?

Decida-se não parar diante das situações frustrantes
O ser humano constantemente busca a felicidade. Tudo o que as pessoas empreendem e visam tem como meta encontrar uma realização. Desde os gestos mais simples, como suprir as necessidades básicas, até os mais audaciosos projetos, são impulsionados pelo desejo de satisfação interior.
Essa procura pelo preenchimento da alma está inscrita no coração do homem. Deus nos fez para sermos felizes.

O Catecismo da Igreja Católica afirma: "Somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar" (CIC 27). É no Senhor que descobrimos a feliz vivência e a verdade acerca de todas as coisas, inclusive a nosso próprio respeito.

Em vários trechos da Sua Palavra, o Altíssimo nos dá princípios e ordens que nos orientam como proceder para sermos contagiados pelo bem-estar que vem d'Ele: "A alegria do Senhor será a vossa força" (Ne 8, 10); O Sermão da Montanha (Mt 5, 1-11); Honra teu pai e tua mãe para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra (Ef 6,2); e muitos outros.

Só desencaminha-se de tal desígnio divino aquele que procura ser feliz fora de Deus, que busca a sua própria verdade e realização (como se assim pudesse existir), motivado por uma noção inexata de como alcançar a felicidade. Em vez de construir uma Alegria incorruptível, procura gozo imediato sem projetar as consequências posteriores.

É essa a tentação que foi oferecida a Jesus no deserto (cf. Mt 4; Lc 4) e que também hoje o demônio usa para nos seduzir. Ele quer arrancar-nos a identidade através das ilusões do Ser, do Ter e do Poder, assim, cedemos aos impulsos que trarão satisfação apenas momentaneamente, colocamo-nos no lugar de deuses, perdemos a consciência da verdade a nosso respeito e consequentemente idolatramos aquilo que nos dá prazer.

Para vivermos a felicidade, desde já, é preciso renunciar a essas três tentações (ser, ter poder), trabalhando em nós virtudes que são inversas a elas, as quais nos restabelecem a verdade de sermos criaturas e de que somente em Deus obteremos a alegria.

São práticas contrárias às tentações:

O Louvor: palavras de agradecimento, de exaltação ao Senhor, que O colocam em primeiro plano na nossa vida, rendendo adoração Àquele que é e tudo pode em nós, por nós e em meio a nós. Louvar tira do ser humano a tentação do ser, pois só Deus é.

Mesmo em meio à tribulação louve, pois “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam Deus” (Rm 8,28). Só um coração agradecido confia verdadeiramente nisso, pois louva a Deus diante de sua impotência e conta com o Deus Misericórdia, acreditando que mesmo do sofrimento algo de proveito virá.

Amaldiçoar nessa hora é não acreditar que o Senhor manifestará seu socorro.

Outro fator, é que aquele que não murmura, torna-se mais agradável no convívio com outras pessoas. Causam boa impressão onde passam. “A boca fala daquilo de que o coração está cheio” (Lc 6,45).

A Gratuidade: faça coisas sem esperar retribuição. Muitas das decepções que temos na vida vêm por esperarmos demais dos outros. Gratuidade liberta nosso coração de apegos e méritos, livra-nos da obrigação de recompensas, inclusive de nossas cobranças com nós mesmos. Quem não cobra do irmão, aprende a valorizar a pessoa em primeiro lugar a partir da experiência consigo.

Tenha iniciativa você, quando o outro não merece é sinal de que precisa ainda mais.

Agir com gratuidade é confiar na Divina Providência, já que proporciona o dom que se obteve de Deus em favor de quem está ao lado: “Recebestes de graça, de graça dai!” (Mt 10,8) e subtrai do coração a inclinação de ter.

O amor só é pleno quando é com gratuidade: “não é interesseiro, desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo” (I Cor 13, 5-6).

A Decisão: Aja para que sua felicidade aconteça. Tenha metas a pequeno, médio e longo prazo. A felicidade vem por meio de um projeto de vida. Se hoje não deu certo, não desista! Deus está nos seus sonhos. Sonhos podem ser o indicativo do Pai para a sua vocação.

Decida-se não parar diante das situações frustrantes. Isso comporta uma predisposição do coração em não se prostrar mediante os percalços e imprevistos do dia a dia. É natural ficar pesaroso diante de algo que venha a ferir os sentimentos, mas não se deve arrastar o problema ou supervalorizá-lo. O sofrimento tem que ser fecundo. Aprendemos com a dor. Mas tudo nesta vida passa! Nada permanece, a não ser Deus.

Lembre-se de que a pessoa que decide viver bem o seu dia, não se abate com alguns minutos que não foram favoráveis.

Decidir pela felicidade em Deus, investe contra o anseio de poder, pois busca motivos interiores para ser feliz e não se sujeita a estar bem por conquistar bens ou por ter pessoas subordinadas. É errônea a concepção de que só se é feliz quando se conquista algo.

Por fim, é possível não somente chegar à alegria terrena, na nossa natureza humana, como também ao júbilo espiritual, pois a felicidade é um dom para o ser humano no seu todo.

O Pai quer realizar-nos por completo, dando-nos a identidade de sermos filhos, que junto a Ele têm a posse do Seu Reino e de um dia podermos dividir da Sua glória. Aí está a verdade da felicidade.

domingo, 11 de abril de 2010


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Exultai de alegria

Somos chamados a dar testemunho do Ressuscitado
A primeira motivação da Páscoa é a vivência concreta do batismo, sendo isso a fonte do testemunho cristão. É o testemunho da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, fundamento autêntico da nossa fé.
Com todos os passos realizados na vida cristã, o importante é ter uma fé amadurecida, capaz de lutar pela paz e pela dignidade das pessoas. Mas isso depende da experiência e da vivência com o Cristo ressuscitado.

A paz e a alegria só podem ser experimentadas na convivência comunitária e na prática da solidariedade. É aí que sentimos a presença libertadora de Cristo ressuscitado e vivo em nosso meio. Com isso começa uma nova criação.

Ressuscitando, Cristo nos dá motivações para a construção do Reino de Deus em nossas comunidades. Passamos a ter atitudes novas e mais comprometedoras com tudo que ajuda na realização das pessoas.
A hora é de superar o medo, a incredulidade e a tristeza. Temos que exultar de alegria porque as práticas de morte foram vencidas pela vitória da vida. Agora é acreditar na primazia do bem e da paz.

A opção pelo Reino de Deus implica passar pelos caminhos percorridos por Jesus Cristo. Não foi um empenho fácil, envolvendo inclusive a morte. Supõe, de nossa parte, unidade na fé e na solidariedade para com os excluídos da sociedade.

O prolongamento da missão de Jesus acontece hoje nos compromissos da comunidade e de cada pessoa com aquilo que favorece a vida. É preciso estar contra tudo que provoca a morte de forma irresponsável.

Somos alegres porque o Senhor ressuscitado é sempre misericordioso e tem um amor para sempre. Só isso é capaz de formar comunidade e sensibilizar o coração humano para a vivência concreta do amor.

Hoje somos chamados a dar testemunho do Ressuscitado. Testemunho de amor e de justiça, de vida, e não de morte. É ter e viver a fé, assumindo a missão concreta na comunidade. Não podemos mais ficar passivos e acomodados diante das realidades do mundo que contrariam o projeto do Reino.

sábado, 10 de abril de 2010

Tempo de mudança

180310”Invocarás o Senhor e Ele te atenderá , pedirás socorro, e Ele dirá: Eis-me aqui” (Is 58,9a).
Jesus nos chama à mudança de coração, como fez com os apóstolos e com as pessoas com as quais convivia. Estamos num tempo favorável. O Senhor nos quer, sobretudo neste tempo quaresmal, renovados por dentro, para que nossas atitudes também sejam transformadas.
Precisamos pedir ao Senhor a graça de estar atentos, porque Ele vai agir no cotidiano de nossa vida. Se formos dóceis em tudo o que nos acontecer, veremos a mão de Deus e, sem dúvida, será a melhor Páscoa da nossa vida.
”Buscai o bem, não o mal, pois assim vivereis; então, o Senhor, nosso Deus, convosco estará” (Amós 5,14).
Senhor, curai-nos com Vosso amor.
Jesus, eu confio em Vós!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

De onde vem a tristeza?

060410Há quem faça a pergunta: Mas o que é vocação cristã? Vocação é o relacionamento pessoal com Deus numa perspectiva de fé e de seguimento sincero às Suas leis:
- Escolher Jesus Cristo, não as riquezas;
- Seguir Jesus pobre e humilde.
Quem não souber aceitar a renúncia para acolher ao convite de Cristo, ficará triste como o jovem rico, que era exemplo em tudo, mas não foi capaz de desapegar-se de suas ‘riquezas’: ”O jovem disse a Jesus: Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? Jesus respondeu: ”Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me. Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico” (Mt 19,20-22).
As nossas tristezas vêm dos nossos apegos e ligações: quem é preso não pode ser realizado e feliz.
É por isso que Jesus nos quer como crianças. Enquanto vão acontecendo em nós essas transformações, o Senhor nos olha com amor na espera do nosso “sim” em doação ao Reino de Deus e aos nossos irmãos.
Dos humildes de espírito é o Reino dos Céus. Deixemos o Espírito Santo de Deus agir em nós! Vinde, Espírito Santo!

quinta-feira, 8 de abril de 2010


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Nadando contra a correnteza

Preparar para o fracasso parece um paradoxo
Experimentamos, na vida, todos os tipos de sensações e provações. Trilhamos caminhos que ora são acolhedores, ora, profundamente dolorosos. Ritualizamos momentos. Celebramos aniversário, formatura, novo emprego, prêmios, aprovações em concursos, defesas de teses, casamento. De outro lado, separações, mortes, demissões, injustiças, inveja, mentiras. O riso ou as lágrimas convivem conosco. A euforia e o desânimo também. E, assim, vamos nos construindo, nos educando.

No processo de crescimento, os exemplos de vida nos ajudam a melhorar a nossa disposição para a própria vida. A vida que passa muito rapidamente, ou não, nos dizeres de Cora Coralina:

Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

A educação depende da capacidade que temos de tocar o coração das pessoas. E isso se dá de muitas maneiras. Uma delas ocorre quando apresentamos modelos de vida. Não modelos perfeitos, mas pessoas que se notabilizaram por vencer os obstáculos e perseguir a meta.

A biografia de Gabrielle Chanel ou Coco Chanel mostra a saga de uma menina que tendo a mãe morta é deixada no orfanato pelo pai. Quando este parte, ela olha pela porta semiaberta desejosa de que ele olhe pelo menos mais uma vez para trás. Ele não olha e nunca volta para buscá-la. E ela, ritualmente, se arrumava todos os domingos para a tão esperada visita. Sofreu muito a menina. Sofreu muito a mulher. Sofreu muito a madura Chanel para reerguer-se depois da guerra. Certa vez, ela confessou: “A força se constrói com fracassos, não com sucessos”.

A vida de Nelson Mandela é um tesouro para a educação. Sua fé na justiça, apesar das injustiças. Sua perseverança na liberdade, apesar da prisão. Seu sonho de construir uma nação em que a cor da pele não desse o tom do respeito. Usou de todas as forças possíveis para que o seu povo celebrasse o sonho antevisto por Luther King, outro referencial.

"Eu tenho um sonho que um dia minhas quatro crianças viverão em uma nação onde não serão julgadas pela cor de sua pele, mas sim pelo conteúdo de seu caráter", declarou este último.

Quando apresentamos biografias aos nossos alunos, permitimos que percebam, com mais cuidado, a riqueza da vida talhada em momentos mais fáceis e em momentos mais difíceis. Mostrar o sucesso apenas é desconsiderar os muitos fracassos que haverão de viver os nossos aprendizes. Preparar para o fracasso parece um paradoxo para quem se prepara para a vida. Mas não é. Quantos fracassos viveram Chanel ou Mandela? Mas persistiram porque foram talhados para a luta. Em um mundo cheio de competições, em que as pessoas acabam sendo descartadas sem muita cerimônia, em que os empregos não são definitivos, educar para a adversidade faz parte do escopo essencial da relação de ensino e aprendizagem.

Sempre defendi que humanizássemos os autores para que a literatura fosse mais sedutora. Quem conhece a biografia de Machado de Assis contempla sua obra com mais entusiasmo. Quem sofre com Castro Alves as dores da ausência da liberdade contempla como o mesmo olhar de pássaro a nau composta de escravos e a dor com que o poeta clama aos céus.

A literatura dialoga com a história que dialoga com a vida. As ciências também tratam da vida como a geografia. As novas línguas que aprendemos abrem janelas para outras possibilidades. É tudo real. O conhecimento e a aprendizagem acontecem como a vida acontece. E libertam com o poder de tirar dos porões o oprimido; era esse o sonho de Paulo Freire.

Os educadores têm de ter em mente esse desafio, apresentar vidas para que as vidas dos aprendizes tenham ainda mais significado. Há um filme, recentemente lançado, “Sempre ao seu lado” que começa em uma sala de aula em que os alunos têm de contar a história de um grande herói. E um menino começa a falar do cachorro do seu avô. E o relato vai emocionando a sala porque há algo de fascinante na fidelidade do cachorro. Sua espera. O dono, um professor de música, nunca mais haveria de voltar. Mas o seu ofício era o de esperar. E as pessoas iam aprendendo com a “sabedoria” canina. E compreendendo o seu desejo de liberdade e de ternura a quem ele escolheu para servir.

Há heróis anônimos. E certamente os alunos conhecem alguns deles. Essa é uma experiência que vale a pena. Misturar biografias conhecidas com histórias do quarteirão. Vidas sempre têm importância. Algumas conseguem notoriedade, outras mudam mundos em um cantinho qualquer do mundo. Esse é o antídoto que temos contra a destruição dos valores humanos. É nadando contra a correnteza que fortalecemos os nossos músculos morais e temperamos nosso caráter com dignidade e ternura. Nós, educadores, podemos fazer a diferença. Vale a pena experimentar…

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Por amor!

190310É Deus que opera a salvação, mas podemos dizer que esta não se realiza na terra sem a cooperação do homem. Deus contou com José para dar um nome e proteção ao Seu Filho e os direitos da descendência de Davi.
Como Abraão, o pai adotivo de Jesus acreditou na palavra que lhe foi dita: ”José fez conforme o anjo do Senhor havia dito” (Mt 1,24). Em todas as coisas ele procura reconhecer a vontade de Deus.
O Senhor continua a agir em favor do Seu povo porque conta com corações humildes e generosos, como o de São José, capazes de renunciar aos planos pessoais em favor de um bem maior.
Nesta hora em que o mundo precisa tanto de uma intervenção divina, rezemos:
São José, nas horas de maior aflição o anjo não vos valeu?
Valei-me São José.
Jesus, eu confio em Vós!

terça-feira, 6 de abril de 2010

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Pode existir perdão?

O perdão para o arrependido é um gesto divino
O ser humano é frágil e inconstante. A par de muitas inclinações para a solidariedade e para a retidão, sente em si a fraqueza para a prática do bem, a raiva injusta contra seu próximo. Até mesmo a mentira e a perseguição contra o semelhante obtêm guarida em seu coração.

Nós humanos sentimos em nós a capacidade de sermos árvores frondosas, mas nos contentamos em ser arbustos. Por isso, o perdão divino dos pecados nos conforta, porque, após o arrependimento, sentimos que temos uma nova chance. Podemos recomeçar a vida sem desconfiar do Pai Divino.

O Sangue precioso de Cristo nos lava. ''Por suas chagas nós fomos curados'' (1Pd 2,24). O que pode sobrar de nossa culpa é apenas um pequeno resquício que os teólogos chamam de ''pena''. A parte maior (quase tudo) realmente Deus perdoa. ''Jogará no fundo do mar todos os nossos pecados'' (Mq 7,19).

Quem ainda vai encontrar uma pedra lançada nos abismos do mar? Assim é o Deus justo e bondoso. Mas o mundo não concede facilmente o perdão. João Paulo II, por ocasião do novo milênio, pediu perdão pelas faltas da Igreja no transcurso da história. Pediu perdão pelo julgamento sumário de Galileu, pelas arbitrariedades dos cruzados, pelo batismo sem catequese de alguns povos indígenas... Qual foi a resposta? Continuam, na imprensa mundial, as mesmas acusações, isto é, o perdão solicitado não foi concedido.

A atitude de perdão é até desconhecida de algumas religiões que têm nos seus ensinamentos a convicção de que ninguém pode nos salvar, a não ser a nossa dolorosa purificação pessoal (isso é maniqueísmo).

O perdão generoso para os arrependidos é um gesto divino. Os homens podem ter um coração de pedra, como podemos ver em alguns lances da história. Após uma propaganda odiosa e intensíssima contra o clero e contra as religiosas durante a Revolução Francesa e a Revolução Espanhola, nas quais foram mortos, por instigação de certos intelectuais, dezenas de milhares de padres e religiosas.

Havia motivos? Não. Simplesmente por serem do clero e considerados parasitas da sociedade.

A atual campanha contra o clero, acusando a todos indistintamente como pederastas, pode ser um gesto de atiçar (involuntariamente?) o povo contra os padres. Onde vai parar isso?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A verdade, somente a verdade

220310A verdade contém em si a força de nos transformar e fazer de nós homens e mulheres novos e fortes. Quanto mais vivemos na verdade, tanto mais somos impelidos a superar os desafios propostos pela vida.
A verdade tem um nome: Jesus, e por Ele somos libertos, mesmo que, às vezes, doa.
Peçamos ao Senhor a graça de hoje colocarmos toda a nossa vida sob Sua luz, para que vejamos todas as coisas como, de fato, elas são.
Vamos hoje viver na verdade?
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

domingo, 4 de abril de 2010

Acreditar no verdadeiro Amigo é o segredo

150310Desde a hora em que acordamos até a hora em que nos deitamos precisamos fazer escolhas, e se as fazemos é porque acreditamos que vai dar certo, no entanto, muitas delas não são acertadas; até temos boa intenção, mas, muitas vezes, falta-nos uma visão mais clara diante das situações que surgem.
Graças a Deus, nunca estamos sozinhos, porque Jesus está conosco todos os dias da nossa vida e quer que contemos com Ele em toda e qualquer situação.
Com simplicidade de coração, antes de tomar uma decisão, paremos, e por um instante, perguntemos: “Senhor, qual é a Tua vontade nesta situação?” E imediatamente Ele virá em nosso socorro, porque Ele é pronto em nos ajudar. Da nossa parte é só obedecer o que Ele nos indicar, e pela fé na Palavra de Jesus, colheremos grandes frutos.
“Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor!” (Sl 29).
Senhor, queremos fazer todas as coisas hoje Contigo.

sábado, 3 de abril de 2010


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Páscoa, seu real sentido

Vivenciamos os mistérios da vida de Cristo
Páscoa (do hebraico Pessach) significa passagem. É uma grande festa cristã para nós, é a maior e a mais importante festa. Reunimo-nos como povo de Deus para celebrarmos a Ressurreição de Jesus Cristo, Sua vitória sobre a morte e Sua passagem transformadora em nossa vida.

O Tempo Pascal compreende cinquenta dias a partir do domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes, vividos e celebrados com grande júbilo, como se fosse um só e único dia festivo, como um grande domingo. A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e da glorificação de Deus que Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a morte; e ressuscitando, renovou a nossa vida.

Foi com a intenção de celebrar a Páscoa de Cristo que, desde os primórdios do Cristianismo, os cristãos foram organizando esta bela festa. Mas a partir de muitas propagandas midiáticas e de muitos outros costumes da nossa sociedade, vemos, sem dúvidas, que essa bela intenção foi se perdendo. Para muitos a Páscoa virou sinônimo de um "feriadão" ao lado de muitos outros feriadões, com o único objetivo de quebrar a monotonia da vida; com intenções e modos que não expressam os reais valores e sentidos da grande festa que é a Páscoa.

Em muitas casas, a Páscoa é vivida de forma paganizada e estragada pelas bebidas e orgias desse mundo, sem um mínimo de senso religioso ou moral; ou como um mero folclore, um mero tempo para viajar, comer chocolates e descansar de suas fadigas. Assim, um tempo que nasceu para construir laços familiares e renovar a nossa sociedade com valores perenes, acaba não atingindo o seu objetivo.

As confraternizações, os alimentos específicos e muitos outros costumes são importantes e nos ajudam a celebrar a Páscoa, mas não podem nos desviar do seu principal e essencial sentido. Hoje, temos uma geração que não entende nada do verdadeiro sentido da Páscoa, mas devemos celebrá-la bem – nós que não nos fechamos às suas origens e sabemos que ela é mais do que um "feriadão"; é uma "grande semana" na qual vivenciamos os mistérios da vida de Cristo e os mistérios da nossa própria vida.

Todos nós cristãos devemos, hoje, nos comprometer em nos mantermos fiéis às nossas origens e celebrarmos o sentido original, belo e profundo da nossa maravilhosa festa, que é a celebração da Ressurreição do Senhor. Que nossas boas obras e nossas vozes, em cada canto das nossas cidades, possam levar a alegria do Ressuscitado; sobretudo aos pobres, doentes, distanciados e a todas as pessoas, pois são amadas pelo Pai.

Irradiemos ao nosso redor a esperança e a certeza da presença de Cristo Ressuscitado. Que se encha nosso olhar de luz, como os das mulheres que viram o sepulcro vazio e o Filho de Deus ressuscitado (Mt 28). Que possamos também nós, numa só fé, exclamar como elas “o Senhor Ressuscitou, aleluia”.

sexta-feira, 2 de abril de 2010


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Viver, reviver e ressignificar!

Quando quero viver o novo, tudo também se renova
Neste tempo de Páscoa, do memorial da Paixão de Cristo, tão cheia de significados e mistérios, remeto-me aos pensamentos daquelas pessoas que me procuram no consultório ou mesmo em conversas informais, e-mails e comentários no blog para falar de suas angústias e da vontade de viver o novo.
Viver o novo, muitas vezes, é reviver, mesmo que emocionalmente, aquelas dores que nos consumiram por um tempo, mas das quais temos de tirar apenas as lições necessárias para seguirmos em frente. Com isto, não quero que pense que estou dispensando seu sofrimento; muito contrário disto, quero que você faça comigo uma reflexão sobre aquilo que você é, aquilo que pensa, o que viveu e que gostaria de retomar na Páscoa da sua vida.
Viver a novidade da Páscoa é ressignificar, ou seja, dar um novo significado aos seus caminhos com um intenso desejo de transformar sua vida. Se você trazia consigo mágoas e ressentimentos, por que não perdoar? Por que não dar uma nova chance àquela amizade que você achava perdida? Por que não ressuscitar aquele casamento que você nem tinha mais esperança de retomar?
Se falamos da misericórdia de Deus, aceite que Ele, na figura do sacerdote, perdoe suas faltas; aceite de fato o perdão em sua vida. Temos memória, por isso não vamos nos esquecer das situações, mas não façamos delas um marco de dor e de autocondenação eterna em nossas vidas.
Se você busca converter-se daquilo que não gosta em sua vida, dos comportamentos dos quais você quer se livrar, siga um firme propósito, mas não tente fugir ou agir com comportamentos de fuga na primeira dificuldade. Pode ser difícil, pois a estrada terá muitas pedras, mas você colherá frutos saborosos ao prosseguir neste caminho. E é aí, bem neste ponto, que entra a sua fé n'Aquele que o fortalece e dá sustento no caminho. Fé naquele tratamento médico que você faz, mas que, nem sempre, lhe dá tanta confiança; fé que sua perseverança fará com que você encontre um novo trabalho para sustentar você e sua família. No entanto, há também um fator muito importante para que tudo isto ocorra: não adiantará a fé, se você não persistir, perseguir seu alvo.
Não seja expectador da sua própria vida; se está difícil, busque ajuda; se levantar-se é um peso maior do que aquilo que você consegue suportar, erga suas mãos, deixe de lado seu orgulho, peça ajuda. O conforto virá, muitas vezes, de onde menos acreditamos. Não queira resolver todas as suas pendências de uma vez. Organize seus pensamentos, coloque no papel as coisas que gostaria da fazer para viver melhor, coloque prioridades, imagine o passo a passo; não queira que tudo se transforme num piscar de olhos.
Seja, nessa Páscoa, um testemunho de vida nova. Use aquela fé e aquela atitude que, tantas vezes, você incentiva nas pessoas, mas que não tem coragem de assumir para você. Viva intensamente essa Páscoa, não apenas como um evento católico ou uma festa para celebrar e trocar chocolates, viva cada minuto de sua vida como uma verdadeira Páscoa para a vida inteira.

quinta-feira, 1 de abril de 2010


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1º de abril, um dia para se falar a verdade

Precisamos testemunhar a verdade
O folclórico dia da mentira tem sua origem na confusão de um calendário. O fato ocorreu por volta do século XV, quando o então rei da França Carlos IX decretou o início do ano corrente como o 1º de Janeiro, seguindo o calendário gregoriano.
Alguns camponeses e povoados mais distantes do rei não acreditaram no decreto e continuaram a celebrar o início do ano em 1º de Abril, isso fez com que passassem a ser ridicularizados pelo restante da população com brincadeiras de notícias mentirosas. Estas “peças” passaram a fazer parte da celebração do 1º de Abril que, ao longo do tempo, tomou conta de toda a França e do mundo, ora com o nome de “dia da mentira”, ora como o “dia dos tolos”.
Hoje, o dia da mentira é tido como uma brincadeira. Com a globalização, a data ganhou destaque em importantes meios de comunicação e, com o advento da internet, agências de notícias famosas fizeram circular notícias bizarras como forma de celebração desse dia.
Brincadeiras e folclore à parte, a verdade é que mentira pode provocar consequências desastrosas para um País, para uma família, uma empresa, uma pessoa. Como dizia Gandhi: “assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.”
No Brasil, por exemplo, sofremos há anos as consequências da falta de transparência de nossos governantes. A mentira está a serviço da corrupção, que é a maior vilã de nossa sociedade. Os princípios que regem a mentira, o juízo falso de valores e o engano proposital são os geradores de grande parte das mazelas sociais que os brasileiros já testemunharam. A impunidade, a violência, principalmente nas cidades de porte médio, antes locais seguros, só têm crescido na última década, ao mesmo tempo em que os investimentos na saúde pública são ainda desproporcionais à demanda, e a educação não é vista como prioridade para o desenvolvimento do país.
A nossa sociedade está sofrendo também as consequências do abandono e do esquecimento da verdade e dos valores cristãos. No dia da mentira é verdade que não temos mais tempo para nossos filhos, é verdade que não nos reunimos em família, não temos tempo para ir à Igreja, é verdade também que a dignidade e o direito mais básico, o de viver, já não faz tanto sentido. De fato, temos aqui muitos motivos para neste 1º de Abril lamentar as consequências da mentira em nossas vidas.
Mesmo que no dia 1º de Abril contemos alguma mentiras para não deixar passar em branco esta “brincadeira”, a verdade é que temos sede de sinceridade, queremos a confiança, queremos reciprocidade, queremos nos manifestar tal como somos, pois não aguentamos por muito tempo a dissimulação, a falsidade e a corrupção. Algo dentro de nós grita pelo verdadeiro e autêntico. No fundo, todo homem anseia viver em comunidade para partilhar a verdade e a justiça.
Jesus disse: “E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará (João 8, 32). Aprendamos que só a verdade nos torna pessoas livres, o bem mais precioso para o homem. É na liberdade que começa e termina todos os nossos caminhos, ela é a pérola do nosso querer.
No dia da mentira precisamos redescobrir a nossa vocação de testemunhar e comunicar a verdade. Não suportamos mais o que o Papa Bento XVI classificou como a “ditadura do relativismo”, queremos mesmo é a liberdade que vem pela verdade. Vivemos tempos de desconfiança e opressão pela mentira, ora lá, ora cá, nos perguntamos se não estamos sendo enganados, pois quem sabe nos acostumamos com o falso...

No dia da mentira só me resta dizer: Brasil, lute pela verdade!