domingo, 17 de janeiro de 2010

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Juventude: presente e futuro

Diversas razões impulsionam esses jovens a arregaçar as mangas
Após vermos a alegria contagiante dos 40 mil jovens presentes ao encontro com o Papa Bento XVI, realizado no último dia 10 de maio, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, reafirmamos nossa crença de que a juventude não é apenas sinônimo de futuro. Há tempos ela é símbolo máximo do presente, permeado pela garra que norteia suas ações. Nos quatro cantos do planeta, o que vemos são jovens se articulando, se reunindo, formando grupos, colaborando para a elaboração e execução de programas de apoio às comunidades economicamente desfavorecidas. Muitos, inclusive, são fruto dessas mesmas comunidades e, desde cedo, se organizam para torná-las melhores por meio de sua participação em projetos sociais – em sua maioria direcionados às áreas de educação, saúde e criação de mecanismos contra a violência.

Diversas são as razões que impulsionam esses jovens a, literalmente, arregaçar as mangas. Uma delas é a mudança significativa de postura exigida pela dinâmica acelerada que caracteriza o final do século 20 e o início do século 21, no qual estão inseridos. O chamado protagonismo juvenil é um sinal evidente deste novo tempo em que vivenciamos – como nunca – o debate sobre temas e conceitos como cidadania, meio ambiente, desenvolvimento, igualdade. O dinamismo e a consciência juvenis, entretanto, são aspectos positivos de um cenário muito mais complexo e abrangente, composto pela realidade dura que esses jovens vêm enfrentando nos cinco continentes. Dados do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), informam que atualmente milhões de jovens são ameaçados pela pobreza, pelo analfabetismo, por riscos associados à gravidez e ao parto, e ao HIV/AIDS.

Alguns números são alarmantes e apontam que, hoje, mais de 500 milhões de pessoas com idade entre 15 e 24 anos vivem com menos de dois dólares por dia. Em paralelo, 96 milhões de mulheres jovens nos países em desenvolvimento não sabem ler ou escrever e 14 milhões de adolescentes do sexo feminino entre 15 e 19 anos de idade se tornam mães a cada ano. O estudo traz, ainda, outro número dramático: todos os dias, seis mil jovens são infectados pelo HIV.

De acordo com declaração da diretora-executiva do UNFPA, Thoraya Ahmed Obaid, publicada em 11 de julho de 2006, estes desafios estão no cerne dos objetivos estabelecidos por líderes mundiais para reduzir a pobreza e melhorar a saúde e o bem-estar globalmente. Na opinião de Thoraya, “Está claro que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio não serão alcançados a não ser que as pessoas jovens sejam ativamente envolvidas na elaboração de políticas e programas, que suas vozes sejam ouvidas, suas necessidades atendidas e seus direitos humanos respeitados”.

Em paralelo, aqui no Brasil, todos os dias os jovens têm nos concedido lições espetaculares de superação de limites. Seja protagonizando ações sociais, seja lutando para realizar seus próprios sonhos. Basta que tenham uma oportunidade. É o caso dos integrantes da Orquestra Sinfônica de Heliopólis, maior favela da capital paulista. Formada, em sua maioria, por jovens que moram nesse local, a orquestra se apresentou para o Papa Bento XVI e também para centenas de bispos na Catedral da Sé, com um repertório 100% nacional de música sacra brasileira.

Escolhemos apenas um exemplo para ilustrar o potencial gigantesco de milhões de jovens espalhados por todo o mundo. É preciso que estejamos atentos às suas necessidades, lembrando, sempre, que por trás de cada uma delas está um verdadeiro universo de potencialidades e talentos. Que possamos aprender com eles a olhar o mundo com os olhos da esperança, trabalhando, todos os dias, para transformá-lo em um lugar melhor.

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